PIB dos EUA volta a cair no segundo trimestre. Entra em recessão técnica

Maior economia do planeta encolheu pelo segundo trimestre consecutivo, a definição técnica de uma recessão. PIB contraiu-se em 0,9% a um ritmo anualizado.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA encolheu 0,9% no segundo trimestre a um ritmo anualizado, o segundo trimestre consecutivo de contração económica (ajustando os dados à inflação, a queda foi de 0,2%). A informação foi revelada esta quinta-feira pelo Departamento do Comércio norte-americano.

Esta contração coloca a maior economia do mundo numa recessão técnica, um dia depois de a Fed ter promovido uma nova subida dos juros — de 75 pontos base — para tentar controlar a inflação, cuja taxa se encontra em máximos de várias décadas. Ainda assim, na quarta-feira, o presidente do banco central, Jerome Powell, defendeu que os indicadores económicos disponíveis ainda não sinalizam que o país esteja mesmo em recessão.

A definição clássica de recessão indica que esta ocorre quando há dois trimestres consecutivos de contração económica. Porém, na prática, uma recessão representa um período em que a fraca atividade económica leva à subida do desemprego e redução do consumo, gerando quebras nos resultados das empresas e dificuldades financeiras para as famílias mais expostas.

Ora, na conferência de imprensa desta quarta-feira, Jerome Powell disse que o mercado laboral nos EUA continua pujante. Aliás, a incerteza é tal que a Fed vai aguardar por mais dados económicos para decidir se será adequada outra subida de 75 pontos base na próxima reunião, ainda que o presidente tenha afirmado que, a certa altura, será necessário reduzir o ritmo das subidas.

Para controlar a subida generalizada dos preços, um sinal de que a economia está em sobreaquecimento, a Fed — e outros bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE) — aperta a política monetária, aumentando o preço do dinheiro. Os responsáveis norte-americanos ainda acreditam que é possível resolver o problema da inflação sem atirar o país para um período de recessão.

Enquanto isso, os investidores vão aguardando com expectativa. Os receios de uma recessão têm condicionado as negociações nos mercados financeiros, num período também marcado pela guerra desencadeada pela invasão russa à Ucrânia.

Wall Street a caminho do melhor mês de 2022

Os principais índices de Nova Iorque estão a subir ligeiramente esta quinta-feira, mesmo após ser conhecida esta contração no PIB norte-americano. Os investidores acreditam que a desaceleração económica poderá levar a Fed a pôr fim à postura agressiva de aumento dos juros.

O índice de referência financeiro, S&P 500, está a somar 0,32% para 4.036,59 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que avança 0,18% para 32.254,04 pontos. Pelo mesmo caminho segue o tecnológico Nasdaq ao valorizar 0,21% para 12.057,20 pontos. Todas as principais médias de desempenho estão a caminho de uma semana vencedora e do melhor mês de 2022, diz a CNBC.

Nos últimos meses, os investidores ficaram cada vez mais preocupados que as tentativas da Fed de controlar os preços em alta levassem a economia dos Estados Unidos para mais perto de uma recessão. Muitos caracterizam uma recessão como tendo dois trimestres negativos consecutivos de crescimento económico. Mas é mais subtil do que isso, diz o National Bureau of Economic Research.

(Notícia em atualização)

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