“Não é concebível um empreendedor esperar 6 meses por uma entrevista com o SEF”, diz diretor da Startup Portugal

Para a atrair talento internacional que o ecossistema de empreendedorismo necessita é necessário melhorar a operacionalização da atribuição dos vistos, defende António Dias Martins.

António Dias Martins, diretor executivo da Startup LisboaLuís Ribeiro

Portugal atrai startups e empreendedores pelo talento, mas também a escassez de talento é um dos calcanhares de Aquiles para o crescimento do ecossistema. Há que atrair talento internacional e melhorar a operacionalização da atribuição dos vistos. “Não é concebível para um empreendedor ou uma startup que queira abrir o seu negócio cá estar 6 meses à espera de uma entrevista com o SEF”, atira António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal.

“Há um processo que foi bem concebido e que tem, de facto, mérito. São os tech visa e as startups visas. Temos de encontrar formas de os agilizar e de os tornar mais rápidos e de implementação mais efetiva, para que sejam verdadeiramente úteis. Isso é muito importante exatamente para trazer talento para cá, porque nós estamos numa fase de escassez de talento”, justifica António Dias Martins, na sua primeira entrevista desde que assumiu funções como diretor executivo da Startup Portugal.

O Brasil pode ser um mercado onde o país pode ir buscar o talento que necessita. “Queremos talento e queremos capital, que eles (no Brasil) têm e se calhar nós temos alguma escassez. Portanto, se encontrarmos mecanismos de trazer talento bem formado de lá, com competências, instalar-se cá e desenvolver cá o seu trabalho, estamos a ajudar também as startups portuguesas a encontrarem outras formas de estar nesta quase guerra por talento, que o que existe hoje em dia”, aponta.

Temos de encontrar uma forma de atrair, se calhar de outros países que ainda veem Portugal e veem a Europa como um bom país destino para exportar talento, exportar conhecimento e temos de facilitar esse caminho. Criar uma via verde rápida e expedita para que essa vinda para cá aconteça. Esta é uma das formas muito concretas para ajudar nesta área do talento”, acredita.

A globalização do mercado de trabalho permitida pela massificação do remoto adensou a crónica escassez de talento no setor tech. E a pressão salarial faz-se sentir.

O mercado do talento neste momento é mundial e, de facto, as empresas ou têm condições para começar a pagar os salários que o mercado mundial paga para os quadros concretos e que preenchem os requisitos das funções que estão a ser procuradas, ou então perdem essa possibilidade.

“Hoje em Portugal é muito fácil qualquer recurso, qualquer pessoa portuguesa, estar a trabalhar para uma multinacional que está sediada noutro país qualquer, a ganhar os ordenados que pagam nesse país“, constata o diretor executivo da Startup Portugal.

“O mercado do talento neste momento é mundial e, de facto, as empresas ou têm condições para começar a pagar os salários que o mercado mundial paga para os quadros concretos, e que preenchem os requisitos das funções que estão a ser procuradas, ou então perdem essa possibilidade”, diz.

Maior pressão para as startups e maior dificuldade em encontrar o talento que necessitam para o seu crescimento.

“As startups são muito rápidas a adaptarem-se. E têm provado isso. Diria que isto é um choque e uma mudança mais brutal para as indústrias tradicionais e para as empresas da economia tradicional. As startups têm formas de se reinventarem, de crescer, de escalar de forma rápida e vão conseguir adaptar-se a essa situação. As empresas industriais, os setores mais tradicionais, muito dificilmente…”.

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