Aquisição de imóveis comerciais pode ultrapassar os 2.000 milhões em 2022
Apesar disso, JLL considera que "maior complexidade nos processos e racional de venda possa atrasar alguns fechos" de negócios.
A aquisição de imóveis comerciais pode atingir este ano um valor de mais de 2.000 milhões de euros, semelhante ao de 2021, tendo em conta que uma maior complexidade nos processos pode atrasar alguns fechos, segundo a JLL.
O diretor-geral da consultora para Portugal, Pedro Lancastre, disse à Lusa que as expectativas são de que, “no mínimo, os resultados totais deste ano estejam alinhados com o volume total de 2021”, ano em que se atingiu “um valor acumulado de 2.020 milhões de euros com a aquisição de imóveis comerciais”. “Embora estejam em curso grandes transações, é possível que a maior complexidade nos processos e racional de venda possa atrasar alguns fechos, o que não invalida que estas expectativas possam ainda ser superadas”, referiu.
Quanto ao primeiro semestre, de acordo com um comunicado, a JLL revelou que “as transações de hotéis e de industrial & logística impulsionaram o investimento imobiliário comercial”, sendo que “em conjunto, os dois segmentos garantiram 66% do montante transacionado no semestre, o qual ascendeu a 640 milhões de euros”.
De acordo com a mesma nota, “o segundo trimestre deu o principal contributo a este resultado, registando 436 milhões de euros de investimento”, com os dois setores a gerarem 84% do investimento no trimestre em questão. Ainda assim, o volume semestral fica 15% abaixo do período homólogo.
Pedro Lencastre explicou que “a queda identificada no primeiro semestre de 2022 é resultado do adiamento da venda de alguns ativos imobiliários”, ou seja, de “portefólios de grande dimensão que foram escriturados neste terceiro trimestre, embora os CPCVs (Contratos Promessa Compra e Venda) tenham sido assinados ainda na primeira metade do ano”.
No seu mais recente research trimestral, o Market Pulse, a JLL revelou que os segmentos industrial & logística (35%) e hotéis (31%) foram os “mais dinâmicos do semestre”. “Evidenciam-se ainda os escritórios, com uma quota de 24% no investimento”, referiu, indicando que “no 2.º trimestre, a liderança destes dois setores foi ainda mais evidente, com os hotéis a gerar 43% do investimento trimestral e industrial & logística outros 41%”.
Por outro lado, “em termos de origem, 73% da alocação de capital foi de investidores estrangeiros, que continuam a ser protagonistas dos negócios de maior dimensão”.
A JLL divulgou ainda dados sobre o mercado residencial, que diz continuar a “exibir um desempenho admirável, impulsionado pelo desequilíbrio entre oferta e procura, baixo desemprego e um elevado nível de poupanças”.
Assim, “em Lisboa, o preço médio de venda no 2.º trimestre foi de 4.240 euros/m2”, referiu, citando dados do sistema Ci-SIR , “atingindo os 10.000 euros/m2 nas casas novas do segmento mais elevado do mercado. Estes valores exibem uma tendência de estabilização face ao trimestre homólogo”.
No Porto, existe uma “forte dinâmica na cidade, mas também nos concelhos limítrofes de Gaia e Matosinhos”, sendo que “o preço médio de venda no Porto ascende a 3.200 euros/m2, atingindo os 6.300 euros/m2 na habitação nova do segmento mais elevado”, indicou a JLL.
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