Sitava aceita atualização salarial de 1,5% na ANA e cria grupo de trabalho para 2023

  • Lusa
  • 9 Agosto 2022

"Sabemos que este valor fica aquém do que era justo", defende o Sitava, que já criou "um grupo de trabalho que visa apresentar tão cedo quanto possível uma proposta de revisão salarial para 2023.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) aceitou uma atualização salarial, com retroatividade a janeiro, de 1,5%, depois de um processo de mediação com a ANA – Aeroportos de Portugal e criou um grupo de trabalho para 2023.

Num comunicado enviado à Lusa, a estrutura sindical referiu que “depois de vários avanços e recuos a ANA/Vinci decidiu, mais uma vez unilateralmente, desprezar as propostas que estavam sobre a mesa, nomeadamente a do Sitava, e optou por aplicar como ato de gestão, o aumento na tabela em 1%, mas apenas e só com efeitos a partir de abril, pagando também um prémio diferenciado aos trabalhadores”.

“E para completar o ramalhete, prometeu ainda pagar em dezembro mais 0,3% se os resultados fossem os esperados”, criticou. Neste contexto, “o Sitava requereu à DGERT [Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho] no dia 6 de abril, o procedimento de conciliação, previsto no Código do Trabalho, com o objetivo de tentar chegar a um acordo com a intervenção do Ministério do Trabalho”, referiu.

“Uma vez que a ANA se mostrou irredutível, o Sitava (em conjunto com o SINDAV) requereu à DGERT o procedimento de mediação no dia 27 de maio, previsto também no Código do Trabalho, onde, pelo qual, cabe à DGERT nomear um mediador que se encarrega de apresentar às partes uma proposta, tendo para o efeito um prazo definido por lei”, indicou o sindicato.

No entanto, “no dia 22 de julho último, a ANA convocou todos os sindicatos para uma reunião, onde, para evitar a mediação, apresentou uma última proposta: 1% a janeiro e 0,5% a dezembro, com retroatividade a janeiro, dependendo dos resultados alcançados no final do ano”, destacou o Sitava.

O sindicato “manifestou a sua disponibilidade para aceitar essa proposta mediante a condição de a ANA retirar a dependência dos resultados da empresa no final do ano, e procedendo ao pagamento no imediato”, acrescentando que “não foi possível um entendimento nesse dia (que teria permitido aos trabalhadores da ANA terem já recebido esses valores) devido à recusa de outros que preferiram adotar um caminho populista, mas simultaneamente de prejuízo para os trabalhadores”.

O Sitava referia-se aos sindicatos Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) e dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) que anunciaram em 01 de agosto um pré-aviso de greve para os dez aeroportos nacionais concessionados pela Vinci Aeroportos, entre os dias 19 e 21 de agosto

A estrutura sindical destacou depois que “no dia 01 de agosto, a DGERT apresentou então a sua proposta de revisão salarial para 2022, no âmbito da mediação requerida pelo Sitava”, em conjunto com o Sindav (Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação). A proposta passa por um “aumento na tabela de 1,5% com retroatividade a janeiro, pago no imediato”.

“Bem sabemos que este valor fica aquém do que era justo, no entanto, perante uma inflação de 1,3% em 2021, consideramos que esta proposta é um sinal claro de que a empresa, perante uma inflação galopante em 2022, terá necessariamente de se preparar para negociar connosco em 2023 uma atualização salarial que reponha o poder de compra perdido em 2022”, garantiu o Sitava. Adiantou que “criou desde já um grupo de trabalho que visa apresentar tão cedo quanto possível uma proposta de revisão salarial para 2023 que vá de encontro às justas reivindicações dos trabalhadores”.

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