Sérgio Figueiredo renuncia a consultoria nas Finanças
O ex-diretor da TVI decidiu renunciar ao cargo de consultor do Ministério das Finanças para a avaliação de políticas públicas depois das criticas de partidos da oposição.
Sérgio Figueiredo renunciou ao contrato de consultor no Ministério das Finanças. Em artigo de opinião no Jornal de Negócios, o antigo diretor da TVI explica-se na primeira pessoa. “Não há outra forma de o dizer: desisto. Ficou insuportável tanta agressividade e tamanha afronta, tantos insultos e insinuações. Não tolero estes moralistas sem vergonha, analistas sem memória. Vergo-me aos assassínios de caráter, atingido pela manada em fúria, ferido por um linchamento público e impiedoso. É lixado desistir. É a forma mais definitiva de dizermos que não vale a pena – e não vale a pena, porque não vale tudo. E porque os ataques cobardes vêm de quem não vale nada“.
No dia 8, o Ministério das Finanças anunciou a contratação de Sérgio Figueiredo para a função de consultor na área da avaliação das políticas públicas, com um salário de 140 mil euros por dois anos de contrato, o que corresponderia a 5800 euros por mês, um valor superior ao salário base do próprio ministro das Finanças. As reações políticas não se fizeram esperar, e permaneceram durante esta última semana, seja por causa de ter contratado o atual ministro quando era diretor da TVI para comentador, seja por causa dos salário e do perfil para a função anunciada.
A assinatura do contrato entre as Finanças e Sérgio Figueiredo estava agendada para a passada sexta-feira, mas o ECO tinha a informação de que o antigo jornalista não chegaria a assumir funções. Esta terça-feira, o ECO questionou oficialmente o Ministério das Finanças sobre este desfecho, mas não obteve qualquer resposta oficial. Outra fonte governamental, de qualquer forma, admitia ao ECO que o contrato foi enviado pela secretaria-geral das Finanças a Sérgio Figueiredo na semana passada, mas o antigo diretor da TVI terá invocado problemas logísticos para passar a assinatura do contrato para esta semana. Agora, confirma-se, Sérgio Figueiredo assume, em artigo de opinião, a decisão de renunciar ao cargo.
Num longo artigo, identifica “as quatro mentiras por detrás de uma desistência”, os favores, as funções, os salários e a exclusividade e os conflitos de interesse. E termina assim: “Não vai acontecer qualquer conflito. Perdi o interesse. Ou a vontade de o ter. Não sei o que é pior“.
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