Lisboa sem energia e com receio da desaceleração económica

As bolsas europeias iniciaram a semana em baixa e o principal índice português segue essa tendência.

As preocupações com a desaceleração económica mundial estão a condicionar as negociações nos mercados financeiros, tendo sido exacerbadas pela notícia de que a estatal russa Gazprom vai interromper o abastecimento de gás natural à Europa via Nord Stream durante três dias no final deste mês.

O índice de referência europeu Stoxx 600 descia 0,2% pouco depois do início do dia de negociações, mas as quedas chegavam aos 0,5% esta segunda-feira no caso do alemão DAX. Em Lisboa, o índice PSI perdia 0,49%, para 6.232,63 pontos, sucumbindo à pressão de algumas das cotadas mais relevantes, como o banco BCP, os CTT e as empresas do setor da energia.

No caso do BCP, a queda era de 0,95%, numa altura em que os Correios desvalorizavam 0,91%. Mas, em acumulado, era o setor energético que mais castigava o PSI: a EDP Renováveis caía 0,58%, a EDP cedia 0,43% e a Galp Energia recuava 0,51%, num dia em que os preços do petróleo voltam a aliviar para níveis anteriores ao início da guerra.

Evolução das ações do BCP

Apesar de as ações terem protagonizado uma recuperação significativa desde os mínimos alcançados em junho, os investidores temem que a bonança seja frágil.

A inflação nos EUA abrandou em julho, mas o alívio na subida dos preços esteve relacionado com a descida dos preços dos combustíveis e há sinais de que a economia vai continuar a desacelerar, à medida que os banqueiros centrais vão aumentando os juros para controlar a subida dos preços dos bens e serviços nas economias ocidentais.

Esta semana ficará marcada, porém, pelo discurso do presidente da norte-americana Fed na conferência de Jackson Hole na próxima sexta-feira. Os mercados vão escutar atentamente Jerome Powell na expectativa de aferir a dimensão da próxima subida dos juros na maior economia do mundo.