CGD já arrancou com emissão de dívida
Paulo Macedo tinha dito que ia arrancar em breve com a emissão de dívida subordinada. Já está no mercado a fazê-lo. Contratou bancos para um roadshow que arranca dia 20.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já está no mercado para realizar a emissão de dívida subordinada prevista no âmbito do programa de recapitalização. O banco estatal, liderado por Paulo Macedo, já contratou os bancos para um roadshow que terá início a 20 de março, a próxima segunda-feira.
Segundo a Bloomberg, o banco mandatou cinco bancos de investimento para esta primeira de duas tranches de dívida de elevada subordinação necessária para reforçar os rácios de capital. CaixaBI, Barclays, Citi, Deutsche Bank e JPMorgan vão promover a emissão da CGD no valor de 500 milhões de euros.
A CGD tem de atrair investidores institucionais para esta dívida. E Paulo Macedo está otimista quanto ao sucesso da operação. “Se não houver nenhuma alteração radical — apesar das eleições [na Europa] e da volatilidade — a emissão será feita com êxito”, disse o responsável na apresentação das contas de 2016 em que o banco registou os maiores prejuízos de sempre. E voltou hoje a reforçar este otimismo. “Há um ambiente muito positivo em torno desta operação. Estamos confiantes“, disse o gestor aos jornalistas, à margem da atribuição dos prémios de empreendedorismo da CGD, em Lisboa, onde destacou a forte procura de investidores institucionais.
“Vamos realizar a emissão de dívida altamente subordinada de 500 milhões de euros até ao final de março e depois temos de fazer uma emissão adicional de 430 milhões num prazo de 18 meses”, revelou Paulo Macedo na apresentação dos resultados. Agora, a CGD já está no mercado para colocar estes títulos que tendo em conta o elevado risco que acarretam, têm taxas elevadas.
A CGD vai colocar estes títulos perpétuos com um cupão de 5,125%, de acordo com a informação avançada pela Bloomberg, que cita um fonte próxima da operação que não quis ser identificada. E esta emissão será feita através do Luxemburgo, avança o Expresso na sua edição diária (acesso pago), para ser mais rápida, já que neste país o nível de exigência em termos de informação a prestar em operações deste tipo é muito menos apertado do que o exigidos pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Este é o cupão, mas o custo para o banco deverá ser mais próximo dos 10%. Como? Terá de vender os títulos com um valor inferior ao par, ou seja, aquém dos 100.
“Só emite dívida subordinada quem tem de emitir. Porque é uma dívida que tem características de remuneração elevadas e que pesa no balanço dos bancos”, explica o gestor na apresentação de contas. Tendo em conta o nível de risco destes títulos, o rating desta emissão deverá ser de “B-“, sendo atribuído pela Fitch. Ou seja, é “lixo”.
(Notícia atualizada às 20h51 com declarações de Paulo Macedo)
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