Costa aponta para inflação de 7,4% este ano. “Referência” para aumentos na Função Pública é de 2%
A inflação este ano deve rondar os 7,4%, estima o primeiro-ministro. "Não, [os funcionários públicos] não vão com certeza ser aumentados em 7,4%", diz Costa, apontando antes para uma referência de 2%.
O primeiro-ministro revelou que o Governo está “neste momento” a trabalhar num cenário de inflação de 7,4% até ao final do ano, mas descartou aumentos na Função Pública nessa ordem de valores.
“Não, [os funcionários públicos] não vão com certeza ser aumentados em 7,4%”, respondeu António Costa, quando questionado pelos jornalistas em entrevista ao Jornal das 8, na TVI, sinalizando, no entanto, que os aumentos estão sujeitos à negociação coletiva.
Nesse sentido, António Costa refere que o Governo está a trabalhar para que a inflação em Portugal “chegue o mais rapidamente possível” a 2% e admitiu que essa “é uma referência, mas não obviamente o único dado a ter em conta” para os aumentos dos funcionários públicos.
“Temos que ter em conta a produtividade”, bem como o objetivo de atingir até ao final da legislatura que “o peso dos salários no PIB” seja “correspondente à média da UE”. É sempre “muito difícil encontrar o ponto de equilíbrio”, de modo a que os salários possam aumentar numa proporção que não seja por si própria geradora de inflação ou de perda de poder de compra, reconheceu.
O chefe de Governo avançou ainda que o “Estado também paga a inflação”, por exemplo nos combustíveis pagos pelos carros de polícias, revelando que a despesa está acima em 560 milhões de euros.
“É provável que venha a haver” apoio para o crédito à habitação
Questionado sobre medidas de apoio ao crédito à habitação, o primeiro-ministro assegurou que o Governo está “a analisar”, mas que “é provável que venha a haver”. “Estamos a trabalhar com a Associação Portuguesa de Bancos para ver como a situação vai evoluir”, escusando-se a antecipar mais detalhes.
Na semana passada, o primeiro-ministro apresentou um pacote de oito medidas, avaliado em 2,4 mil milhões de euros, dirigido às famílias, por forma a atenuar o impacto da escalada dos preços, remetendo as medidas direcionadas para as empresas para após o Conselho Europeu extraordinário de sexta-feira passada. Nesta entrevista, revelou que o pacote dirigido às empresas é apresentado na quinta-feira.
Quanto à criação de um imposto especial sobre os lucros das empresas energéticas, António Costa reiterou que não exclui essa possibilidade, mas prefere não se comprometer. “Se se justificar haverá medidas, se não se justificar não haverá medidas”, sublinhando que o Governo está a observar as decisões de outros países. “Não tomámos ainda decisões (…) Não excluímos nem decidimos”, disse.
Por fim, questionado sobre o novo aeroporto da região de Lisboa, o chefe de Governo sublinha que “essa é uma questão que já se discute há 50 anos”, mas acredita que haverá “condições para que no próximo ano” a decisão seja tomada. “Tenho tido contactos com o presidente do PSD”, afirmou, Antonio Costa, acrescentando que acredita que não estão “muito longe de poder ter um entendimento sobre a metodologia que deve ser seguida para que o país possa chegar em final de 2023 em condições de poder tomar uma decisão definitiva sobre este tema que se arrasta a um número excessivo de anos”, concluiu. “Não estamos no início do processo”, dado que “há muita informação que já está produzida”, acrescentou ainda.
(Notícia atualizada pela última vez às 22h08)
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