Centeno: Portugal tem “condições sólidas” para crescer

  • Rita Atalaia
  • 17 Março 2017

As Finanças já reagiram à decisão da S&P de manter o rating de Portugal. A estabilização da banca e sinais de progresso na economia são prova que Portugal tem "condições sólidas" para crescer.

Há cada vez mais sinais de progresso no desempenho da economia. E isto mostra que Portugal “tem hoje condições sólidas para crescer de forma sustentável”. É assim que o Ministério das Finanças reage à decisão da Standard & Poor’s de manter o rating de Portugal. Mário Centeno realça também a importância da “estabilização do setor financeiro” para restaurar as condições de crédito. Isto depois de a agência de notação ter alertado para os níveis de crédito malparado que limitam a cedência de empréstimos.

“A nota explicativa da Standard & Poor’s reconhece que, em 2016, Portugal excedeu as expectativas de crescimento económico e de emprego, tendo o Governo superado o seu objetivo de ajustamento orçamental e contribuído de forma eficaz para recuperar a estabilidade do setor financeiro“, de acordo com uma nota enviada pelo Ministério das Finanças às redações. A agência de notação manteve esta sexta-feira o rating de Portugal em BB+, um nível considerado “lixo”, deixando estável a perspetiva de evolução da notação portuguesa.

A agência destaca o crescimento económico observado na segunda metade do ano passado, vê a economia a acelerar em 2017, mas salienta que o elevado endividamento e os problemas dos bancos continuam a impedir uma melhoria da notação da dívida portuguesa. “O Governo salienta a capacidade de atração de investimento estrangeiro para a banca nacional — movimento único na Europa — bem como o processo de capitalização da Caixa Geral de Depósitos”, avança o ministério.

"A estabilização do setor financeiro operada em 2016, e continuada em 2017, é uma condição essencial para restaurar as normais condições de crédito à economia portuguesa e, assim, apoiar o investimento produtivo.”

Ministério das Finanças

A S&P realça a necessidade de as autoridades e os bancos adotarem mais medidas para que haja uma redução do crédito malparado no balanço dos bancos. Um problema que está a limitar a capacidade de cedência de empréstimos à economia. “A estabilização do setor financeiro operada em 2016, e continuada em 2017, é uma condição essencial para restaurar as normais condições de crédito à economia portuguesa e, assim, apoiar o investimento produtivo”.

Depois de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ter dito que os empréstimos em incumprimento continuam a limitar o investimento, agora foi a vez de a S&P se pronunciar sobre a banca portuguesa. Se, por um lado, reconhece que foram feitos progressos, por outro, a agência de notação diz que o Governo e as instituições financeiras têm de adotar mais medidas para se reduzir o nível elevado de crédito malparado no balanço dos bancos. Um passo que ajudaria a melhorar a cedência de empréstimos à economia.

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