Alemanha nacionaliza Uniper e injeta mais 8 mil milhões para estabilizar energética
O Governo alemão reforçou o capital detido na Uniper através da compra da participação de 78% detida pela casa-mãe, a finlandesa Fortum. Valor total do resgate financeiro ascende a 29 mil milhões.
Depois de um primeiro apoio que acabou por se revelar insuficiente tendo em conta a escalada dos preços energéticos e o agravar da guerra na Ucrânia, a Uniper vai voltar a ser alvo de uma intervenção por parte do governo federal alemão, resultando assim na sua nacionalização.
Em julho, o governo de Olaf Sholz tinha planos de ficar com 30% do capital da Uniper mas face à conjuntura internacional, o executivo vê-se agora forçado a concretizar a nacionalização da energética ao adquirir a participação de 78% detida pela casa-mãe, a finlandesa Fortum, por 480 milhões de euros, avança o Financial Times, esta quarta-feira. O Estado alemão também ficará responsável pela linha de crédito de 7,5 mil milhões de euros anteriormente fornecida pela Fortum à Uniper.
O acordo formalizado esta terça-feira, também indica que o governo vai injetar mais 8 mil milhões de euros na energética. Feitas as contas, o valor total do resgate financeiro usado para estabilizar a Uniper deverá situar-se em, pelo menos, 29 mil milhões de euros, segundo as contas da Reuters.
O CEO da Uniper, Klaus-Dieter Maubach, afirmou esta quarta-feira que este acordo vai permitir que a energética cumpra com o seu “papel enquanto fornecedor crítico de energia para o sistema”, admitindo que “a alteração do pacote de estabilização anunciado em julho era necessária no contexto da intensificação da crise energética”.
Desde o dia 24 de fevereiro, dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia, o papel do gás na Europa mudou fundamentalmente tornando-se, de acordo com o CEO da Fortum Markus Rauram, numa arma política. “Nas atuais circunstâncias em que os mercados de energia europeus estão muito voláteis, e reconhecendo a gravidade da situação da Uniper, o desinvestimento [na empresa alemã] é o passo certo a ser dado, não apenas para a Uniper, mas também para a Fortum”.
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