Cenários do Governo excluem descida transversal do IRC
Eficácia da medida gerou dúvidas, visto que maior parte da receita seria absorvida pelas maiores empresas do país. Número de contribuintes que pagam IRC baixou quase 15% entre 2018 e 2020.
Contrariamente à ideia passada pelo ministro da Economia e do que tem sido pedido pelo patronato, a descida transversal do IRC “não é o cenário base em cima da mesa” nas hipóteses que o Governo está a negociar com os parceiros sociais para um acordo de rendimentos. O Jornal de Negócios (acesso pago) avança esta quinta-feira que a proposta de descida de dois pontos percentuais do imposto sobre os lucros das empresas chegou a ser estudada, mas a sua eficácia gerou dúvidas.
Embora as estimativas para a redução transversal do IRC dos 21% para os 19% apontem para um impacto orçamental de cerca de 200 milhões de euros no próximo ano (100 milhões por ponto percentual), a maior parte da receita correspondente à medida seria absorvida por um conjunto pequeno de empresas — as maiores. Logo, este instrumento não teria o alcance pretendido pelo Executivo.
O número de empresas que pagam IRC caiu perto de 15% em três anos, recorda o Público (acesso pago). De 348.681 contribuintes que pagavam Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas em 2018, apenas 297.178 empresas pagavam esta taxa em 2020. Nestes três anos, a própria receita do IRC baixou 20%, apesar de a Autoridade Tributária (AT) ter recebido mais 30 mil declarações do imposto nesse período.
O Governo está a privilegiar medidas que compensem as empresas que recorram a instrumentos de capitalização ou investimento, algo que está inscrito no próprio programa do Executivo, mas que pode ser “mais poderoso” do que o previsto no documento. O objetivo principal passará por segurar os níveis de investimento das empresas em 2023, tendo sobretudo em conta o contexto de incerteza.
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