Consumo estrangeiro em Portugal disparou 82,5% este verão. Franceses são a maior fatia
Consumo estrangeiro em Portugal supera largamente o consumo nacional, sendo os irlandeses os que mais gastam. Faturação de negócios de aluguer de carros dispara 85%.
Os negócios em Portugal registaram um aumento da faturação de mais de 30% este verão face ao mesmo período de 2021. Embora a faturação por via de cartões nacionais também tenha subido, foram os turistas estrangeiros – sobretudo os franceses – que mais contribuíram para o desempenho dos negócios nacionais, com a faturação destes a disparar acima de 80%, de acordo com dados de um relatório da REDUNIQ, que analisa a evolução dos pagamentos por cartão efetuados no país e será apresentado na sexta-feira.
Depois de um crescimento homólogo de 45% da faturação com cartões nacionais e estrangeiros nos primeiros seis meses deste ano, os negócios portugueses continuam a tendência de recuperação após a pandemia de Covid-19, tendo faturado mais 32,2% entre 1 de julho e 15 de setembro comparativamente ao mesmo período do ano passado.
Segundo os dados do “REDUNIQ Insights”, aos quais o ECO teve acesso, observou-se um crescimento homólogo de 19,6% da faturação através de cartões nacionais no período em análise, enquanto o consumo de estrangeiros em Portugal aumentou 82,5%.
Da faturação por via de cartões internacionais, são os franceses que representam a maior fatia (18%), apesar de o seu peso no total do consumo ter diminuído sete pontos percentuais. Atrás da França surge o Reino Unido, com 14% do “bolo” do consumo de estrangeiros em território nacional neste verão, logo seguido da Irlanda (11%), dos Estados Unidos (10%) e da Espanha (9%).
Analisando o valor médio de compra, o destaque vai para os turistas irlandeses, que gastaram uma média de 112 euros por compra. Os norte-americanos são a segunda nacionalidade que mais gasta nas férias em Portugal, num valor médio de 71 euros. Já o Reino Unido, a França e a Espanha tiveram um comportamento de compra idêntico entre si nestes meses, com um valor médio por transação de 48, 46 e 40 euros, respetivamente.
É de notar que os dados da REDUNIQ acompanham as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal (BdP), que mostram, só no mês de julho, um aumento de 205,2% no número de hóspedes não residentes em Portugal face ao mesmo mês de 2021. A recuperação foi de tal forma significativa que julho de 2022 foi o melhor mês de sempre em número de hóspedes e de dormidas no país.
Faturação de negócios de aluguer de carros cresceu 85%. Lisboa e Açores são os destinos nacionais mais turísticos
Entre os diferentes setores de atividade, os negócios de rent-a-car registaram a melhor performance, com um aumento homólogo da faturação total (cartões nacionais e estrangeiros) de 85% no período de 1 de julho a 15 de setembro. A faturação total da hotelaria e da restauração, outras duas áreas associadas ao turismo, também teve uma subida elevada – de 71% e 50%, respetivamente – face ao mesmo período de 2021.
Este forte crescimento nos negócios turísticos está igualmente associado ao regresso de turistas estrangeiros a Portugal, tendo estes contribuído para aumentar em 117% a faturação da hotelaria, em 110% a faturação do aluguer de veículos e em 98% a faturação da restauração.
No entanto, o consumo nacional em hotéis e alojamentos turísticos decresceu 6% no período em análise em relação aos mesmos meses do ano passado, o que, segundo o porta-voz oficial do relatório da REDUNIQ, Tiago Oom, poderá ter que ver com uma contenção dos gastos dos portugueses devido à alta inflação.
Por distrito, Lisboa e Açores são os destinos portugueses mais turísticos. A faturação total nas duas regiões cresceu, respetivamente, 43% e 36% em relação ao verão de 2021, mas se se tiver em conta apenas o consumo estrangeiro, o aumento foi bem mais significativo: 125% na capital e 103% nos Açores.
Também Faro, Madeira e Porto apresentaram uma faturação total superior em comparação com o mesmo período do ano passado, assistindo a crescimentos de 36%, 32% e 28%, respetivamente.
Segundo Tiago Oom, que também atua como diretor comercial da UNICRE – proprietária da marca REDUNIQ –, o facto de este ter sido o primeiro verão sem a aplicação de restrições à circulação de cidadãos entre países devido à pandemia de Covid-19 foi o fator que mais impulsionou o aumento da faturação dos negócios nacionais, visto que gerou “uma maior confiança dos consumidores (nacionais e estrangeiros) a regressar aos principais pontos turísticos do país”.
Além disso, este impulso também se deve, por um lado, à “forte aposta” no turismo, mas também ao aumento generalizado de produtos e serviços no setor, como consequência da inflação elevada, acrescentou.
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