Meloni vence eleições e deverá liderar próximo governo italiano

  • Lusa e ECO
  • 26 Setembro 2022

A coligação de direita e extrema-direita, liderada pelo partido Irmãos de Itália, terá obtido entre 41% e 45% dos votos nas eleições italianas.

Giorgia Meloni declarou vitória nas eleições italianas deste domingoEPA/ETTORE FERRARI

A coligação de direita e extrema-direita, liderada pelo partido Irmãos de Itália, pode obter entre 41% a 45% dos votos nas legislativas em Itália, segundo as sondagens à boca das urnas. A presidente do partido Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, declarou já a vitória nas eleições legislativas deste domingo em Itália, reivindicando a liderança do próximo governo.

A sondagem do Consorzio Opinio Italia para a cadeia de televisão Rai, citada pela ANSA, aponta um resultado entre os 25,5% e os 29,5% para o bloco de centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático, de Enrico Letta, enquanto o Movimento 5 Estrelas terá entre 15,5% e 17,5%.

No primeiro discurso após a votação de domingo, Meloni garantiu que o partido vai governar “para todos” e “para que os italianos se possam orgulhar de ser italianos”. “Os italianos enviaram uma mensagem clara de apoio a um governo de direita liderado” pelo FdI, disse Meloni, que deverá tornar-se a primeira mulher a liderar o executivo de Itália, à imprensa na capital, Roma. “É hora de os italianos voltarem a ter um governo que sai de uma decisão nas urnas e é algo em que todos têm que prestar contas,” sublinhou Meloni.

A política de 45 anos lamentou uma campanha eleitoral que descreveu como “agressiva e violenta” e assegurou que “a Itália e a União Europeia precisam do contributo de todos perante a complexa situação” em que se encontram.

A participação nas eleições gerais da Itália no domingo foi de cerca de 63,81%, abaixo do valor de 72,9% registado nas eleições de 2018, disse a ministra do Interior italiana, Luciana Lamorgese. Meloni lamentou a abstenção de 36%, a mais elevada de sempre, e assegurou que o objetivo será “reconstruir a relação entre o Estado e os cidadãos”.

“O desafio agora é fazer com que as pessoas acreditem nas instituições; muitos italianos ainda decidem não confiar”, disse Meloni. “Temos que entender a responsabilidade que nos deram dezenas de milhões de italianos, não vamos trair essas pessoas“, prometeu Meloni.

Marcelo aguarda resultados finais das eleições e realça importância da Itália na UE

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aguarda os resultados finais das eleições legislativas em Itália, que darão o “retrato final da situação”, realçando a importância deste país para a União Europeia.

Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre as eleições italianas em resposta aos jornalistas, durante um encontro com emigrantes e lusodescendentes em Gustine, condado de Merced, na Califórnia, quando passava das 02:00 de segunda-feira em Portugal continental, fim de tarde de domingo na Costa Oeste dos Estados Unidos, onde são menos oito horas.

Ressalvando que não gosta “de formular juízos acerca do que se passa politicamente e eleitoralmente” noutros países, o chefe de Estado considerou que as informações disponíveis àquela hora eram “ainda muito incompletas” e referiu que “o sistema eleitoral italiano é muito complexo”.

“Obviamente, a Itália é muito importante porque – independentemente do juízo sobre o resultado, que eu não posso formular como Presidente da República – é uma das grandes nações europeias, das grandes economias europeias. E neste momento muito sensível é fundamental, além do mais, a estabilidade nas grandes economias europeias”, disse.

O Presidente da República advertiu que “os mercados financeiros são muito sensíveis a tudo o que significa imprevisibilidade ou soluções indefinidas”, e acrescentou: “Vamos esperar para ver. É a eleição europeia mais importante nos próximos tempos”. Interrogado sobre as consequências que estas eleições italianas podem provocar no quadro europeu, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Não sei, vamos ver o que é que acontece”.

Contudo, salientou que “a política é feita muito pelas lideranças, e as lideranças europeias dependem das lideranças nacionais”, sobretudo dos países com mais peso económico, como França, Alemanha e Itália. “Depois são esses líderes que se encontram, e o Conselho Europeu tem vindo a ganhar importância. A Comissão é muito importante, mas o Conselho Europeu tem um peso decisivo no afinar das decisões entre estados”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa.

(Notícia atualizada às 8h40 com mais informações)

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