Ruturas nos gasodutos do Nord Stream podem libertar cerca de 300 mil toneladas de metano

Autoridades alemãs preparam-se para avaliar os impactos ambientais das ruturas nos gasodutos do Nord Stream. Registada quarta fuga nos gasodutos esta quinta-feira.

As autoridades e especialistas alemãs estimam que as quatro ruturas nos gasodutos do Nord Stream 1 e 2 podem libertar cerca de 300.000 toneladas de metano para a atmosfera, uma fração das emissões de metano anuais. Segundo as contas da Agência Internacional de Energia, o planeta liberta cerca de 570 milhões de toneladas de metano por ano — um dos principais gases que agravam as alterações climáticas.

Especialistas ouvidos pelo Financial Times, afirmam que o impacto do desastre climático pode ser limitado pelo facto de os gasodutos não estarem a funcionar — o Nord Stream 1 já não envia gás para a Europa desde o início do mês e o Nord Stream 2 foi suspenso como uma das sanções aplicadas à Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia. Ainda assim, imagens registadas pelas autoridades europeias, indicam que as fugas no gasodutos estão a resultar na formação de bolhas de gás natural no Mar Báltico.

E, embora os oceanos tenham a capacidade de absorver as emissões de carbono, o volume de emissões que tem sido absorvido nos últimos anos tem agravado a acidificação no mar.

Os impactos das ruturas registadas nos dois gasodutos vão ser avaliados pelos cientistas alemães, numa altura em que decorrem as investigações sobre as origens deste acidente. Vários países europeus e a própria Comissão Europeia já abriram as portas para uma possível sabotagem, enquanto a Rússia considera ser de momento prematuro chegar a tais conclusões.

Certo, é que esta quinta-feira a Guarda Costeira sueca confirmou ter descoberto uma nova fuga de gás do gasoduto Nord Stream 2 no Mar Báltico, elevando o número de fugas para quatro.

“Há duas fugas do lado sueco e duas fugas do lado dinamarquês”, cita a agência Lusa as declarações de um oficial da Guarda Costeira à agência de notícias France-Presse. “A distância é algo subjetivo, mas elas estão próximas uma da outra”, disse o responsável, referindo-se às duas fugas do lado sueco, uma com cerca de 900 metros de diâmetro e a outra com cerca de 200 metros.

Esta quarta-feira, fontes governamentais alemãs avançaram que se as reparações não forem colocadas em curso atempadamente, a água salgada do Mar Báltico poderá penetrar a corroer os dois gasodutos do Nord Stream no seu interior, correndo o risco de não voltarem a ser utilizados. Segundo o governo da Dinamarca, poderá demorar entre duas a três semanas até que as ruturas sejam inspecionadas, devido à pressão das turbinas e à quantidade de gás que está a sair das turbinas.

O Conselho de Segurança da ONU irá reunir-se na sexta-feira, a pedido da Rússia, para discutir a alegada sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no Mar Báltico, anunciou a diplomacia sueca.

“A França, na qualidade de presidente do Conselho de Segurança, informou-nos que a Rússia solicitou uma reunião sobre as fugas do Nord Stream e que a reunião está marcada para sexta-feira”, informou a ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, numa conferência de imprensa.

A Suécia e a Dinamarca foram convidadas a fornecer informações aos membros do Conselho de Segurança sobre as fugas detetadas nos gasodutos – que ligam diretamente a Alemanha à Rússia — nas respetivas zonas económicas exclusivas, referiu a mesma fonte.

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