Alemanha suspeita de sabotagem no Nord Stream 1 e 2. Preço do gás sobe 20%

Alemanha junta-se à Polónia e Dinamarca ao considerar que danos verificados nos gasodutos do Nord Stream 1 e 2 tenham sido provocados por um ato de sabotagem. Rússia considera prematuro.

A Alemanha, Polónia e Dinamarca acreditam que existem suspeitas de que as recentes ruturas nos dois gasodutos do Nord Stream tenham sido intencionalmente provocadas. De acordo com uma autoridade de segurança alemã, citada pela Bloomberg, esta terça-feira, os indícios apontam para uma causa violenta da rotura e não um simples problema técnico.

A reação da Alemanha às ruturas no Nord Stream 1 e 2 está a pesar no preço do holandês TTF, referência para o mercado europeu de gás natural, que pelas 16h00 desta terça-feira estava a subir mais de 20% para 208,755 euros por MWh.

As declarações alemãs surgem na sequência daquelas proferidas pelo primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, que esta manhã lançou um alerta para uma possível sabotagem, enquanto a homóloga dinamarquesa Mette Frederiksen, não excluiu, para já, essa possibilidade, afirmando ser “difícil imaginar que se trate de uma coincidência”, avança a Reuters.

Esta possibilidade não é rejeitada pela Rússia, que desde o início do mês não tem enviado gás para a Europa através do Nord Stream 1 por alegar falta de condições técnicas. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ainda é prematuro falar em sabotagem, mas lembrou que nenhuma hipótese “pode ser eliminada”. Já a dona do gasoduto, a estatal russa Gazprom, voltou a reiterar que ainda não é possível saber quando o Nord Stream 1 voltará a funcionar.

Ao todo, foram detetadas três fugas de gás, das quais duas foram sinalizadas nos tubos do Nord Stream 1, junto à Suécia, a que se soma uma outra fuga num tubo do Nord Stream 2, a sudeste da ilha dinamarquesa de Bornholm. Segundo a Reuters, as fugas no gasoduto estão a resultar na formação de bolhas de gás natural no Mar Báltico.

O Nord Stream 1, com capacidade para enviar 55 mil milhões de metros cúbicos de gás russo por ano, está parado depois de a Rússia ter comunicado uma fuga de óleo numa estação de compressão que ainda se encontrava a funcionar.

Moscovo afirma que a turbina afetada pela avaria, tal como outras que têm verificado falhas, não pode ser reparada pela empresa Gazprom, que controla a infraestrutura, devido às sanções internacionais.

Esta posição de Moscovo é encarada pela União Europeia como “uma desculpa” que funciona como chantagem contra a Europa usando o “gás como uma arma”.

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