FMI pressiona bancos centrais a endurecerem subida dos juros

O FMI defende uma resposta mais célere dos bancos centrais para conter a subida da inflação, mas lembra que também os governos têm um papel a desempenhar para retirar incerteza à economia.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda que os bancos centrais atuem com firmeza para trazer a inflação de volta ao seu objetivo o mais depressa possível. Segundo a instituição liderada por Kristalina Georgieva, só dessa forma será possível “evitar que as pressões inflacionistas se enraízem” e se evite que as expectativas em relação à inflação não acabem por prejudicar a credibilidade dos próprios bancos centrais, lê-se no Global Financial Stability Report publicado esta terça-feira.

A política seguida pelos bancos centrais para conter a subida dos preços tem sido marcada por um incremento generalizado das taxas de juro. Na Zona Euro, depois de 11 anos sem aumentar as taxas, o Banco Central Europeu iniciou uma nova política monetária em julho deste ano que já se traduziu em dois aumentos da taxa de referência do euro para os atuais 1,2%. Nos EUA, a Reserva Federal norte-americana (Fed) também tem seguido esta doutrina, mas de uma forma mais incisiva, realizando, até ao momento, cinco subidas da taxa de juro do dólar, colocando-a atualmente no intervalo entre 3% e 3,25%.

Apesar de os analistas do FMI considerarem que a resposta dos bancos centrais tem sido menos célere do que seria recomendável, reconhecem que isso se sucede pela elevada incerteza que existe no momento em relação ao desempenho das economias para os próximos anos.

Para contornar este problema, o Fundo sugere que os decisores da política monetária adotem um comportamento de maior proximidade com os agentes económicos, seguindo uma comunicação mais clara sobre as suas funções e políticas, e sobre os seus objetivos. Dessa forma, o FMI acredita que será possível “preservar a sua credibilidade e evitar volatilidade injustificada do mercado”.

Para Portugal e restantes países desenvolvidos, o FMI recomenda que os governos intensifiquem “esforços para conter os riscos associados às suas elevadas vulnerabilidades de endividamento”, lembrando que “a adoção de planos credíveis de consolidação fiscal a médio prazo poderia ajudar a conter os custos de contração [da economia], de refinanciamento de empréstimos e aliviar as preocupações com a sustentabilidade da dívida.”

É notório que a economia mundial enfrenta um ambiente financeiro e económico invulgarmente desafiante. No entanto, o FMI sublinha que embora nenhum evento sistémico global se tenha materializado até agora, bancos centrais e governos “devem conter a acumulação de vulnerabilidades, ajustando políticas macroprudenciais para enfrentar quaisquer bolsas de risco.”

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