“Num ano acrescentámos em Lisboa o equivalente ao aeroporto do Porto”, diz CEO da ANA

O presidente executivo da ANA afirmou que o tráfego deste ano nos aeroportos portugueses ficará muito próximo ao de 2019. "Estamos prontos para, mais uma vez, investir na infraestrutura", garantiu.

O presidente executivo da ANA afirmou esta quarta-feira, durante a Portugal Air Summit, que os aeroportos portugueses terminarão o ano com um movimento muito próximo ao de 2019, somando 15 milhões de passageiros. Só o Humberto Delgado ganhará o equivalente ao Sá Carneiro. Thierry Ligonnère sublinhou também que será fundamental adequar a oferta à procura e garantiu que a ANA está pronta para investir na infraestrutura.

“Hoje venho satisfeito porque terminaremos 2022 com um nível de tráfego muito próximo de 2019 e no pódio da conectividade europeia”, afirmou o CEO da ANA, que tem a concessão dos aeroportos em Portugal, durante a intervenção naquela que é considerada a maior cimeira do setor aeronáutico da Península Ibérica, que se realiza anualmente em Ponte de Sor. Thierry Ligonnère precisou que o número de passageiros irá crescer em 15 milhões face a 2021, o mesmo que entre 2013 e 2019. “Num ano acrescentámos em Lisboa o equivalente ao aeroporto do Porto”, ilustrou.

Agradecendo aos trabalhadores da ANA e às entidades ligadas ao Turismo pelo esforço que permitiu um “regresso mais dinâmico” da atividade este ano, o responsável salientou a abertura de duas novas bases: uma da easyJet, em Faro, e outra da Ryanair, no Funchal. Na cidade madeirense, o tráfego está mesmo 24% acima de 2019, enquanto a “conectividade no hub de Lisboa cresceu 1%”, em contraste com a queda registada na Europa. “2022 será um ano de sucesso que permitirá a setor do turismo, que dele depende, respirar novamente”, sublinhou.

Thierry Ligonnère referiu que o Orçamento do Estado para 2023 prevê um défice comercial e uma forte quebra do consumo e que “o turismo voltará a ser o principal motor da economia portuguesa”. O setor continuará, no entanto, condicionado por uma grande incerteza.

A indústria vive um “momento paradoxal de euforia e consciência dos desafios de longo prazo”, considera o CEO da ANA, para quem a inflação elevada levará os consumidores a arbitrar [sic] as despesas, podendo cortar nas viagens. A subida dos juros vai também encarecer os custos do financiamento. “A tendência para a ‘staycation‘ [passar férias em casa ou no país de residência] pode ser reforçada”, alerta.

Estamos prontos para, mais uma vez, investir na infraestrutura e construir uma mobilidade positiva em Portugal.

Thierry Ligonnère

CEO da ANA

Por outro lado, Portugal pode ser mais procurado por “viajantes europeus que querem viagens mais curtas, em que gastam menos dinheiro”. A desvalorização do euro contra o dólar torna também o destino mais competitivo para os norte-americanos, acrescentou. Thierry Ligonnère sublinhou a importância de conseguir adequar a oferta à procura. E afirmou que a ANA está preparada para responder. “Estamos prontos para, mais uma vez, investir na infraestrutura e construir uma mobilidade positiva em Portugal”, disse, sem referir diretamente o novo aeroporto de Lisboa.

O CEO da ANA destacou a sustentabilidade como um dos principais desafios da indústria. A aviação é responsável por “2% das emissões de CO2, mas a perceção do público, dos cliente e das instituições financeiras é diferente. A nossa capacidade de atrair talentos e financiamento dependerá do nosso desempenho ambiental“, apontou.

O responsável anunciou que nove dos 10 aeroportos portugueses conseguiram a certificação da Airport Carbon Accreditation, num total de 19 em todo o mundo, estando em curso a candidatura ao nível máximo (4+). Entre as iniciativas desenvolvidas, Thierry Ligonnère destacou a instalação de uma central fotovoltaica em Faro, que garante 30% do consumo. “Muitas centrais fotovoltaicas vão ser implementadas nos aeroportos portugueses”, garantiu. O fim dos resíduos enviados para aterro no aeroporto Sá Carneiro foi outro exemplo apontado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

“Num ano acrescentámos em Lisboa o equivalente ao aeroporto do Porto”, diz CEO da ANA

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião