“Há um número muito importante de países que querem alargar o mecanismo ibérico a toda a UE”, diz Teresa Ribera

A vice-presidente do Governo espanhol diz que "há um número importante de países" que querem recorrer ao mecanismo ibérico, mas frisa que a solução pode não ser igualmente eficaz para todos os países.

A vice-presidente do Governo espanhol e ministra da Transição Ecológica revela que “há um número importante de países” que querem recorrer ao mecanismo ibérico, que fixou um teto no preço do gás para produção de eletricidade, mas sublinha que esta solução pode ser menos eficaz para os países “com uma percentagem muito alta de eletricidade gerada a partir de gás e carvão”.

É outro debate quente”, afirma a responsável, em entrevista ao Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol), quando questionada sobre a possibilidade de haver uma extensão do mecanismo ibérico a outros países da União Europeia (UE). “É necessária uma saída urgente para dissociar o preço da eletricidade e do gás no resto dos países. A exceção ibérica é a opção mais imediata. No entanto, é menos eficaz naqueles países com uma percentagem muito alta de eletricidade gerada a partir de gás e carvão, porque há menos almofada para uma redução de preço médio”, sublinha.

Não obstante, a vice-presidente do Governo espanhol sinaliza que “em nenhum caso” esta possibilidade “tem um efeito negativo”, mas antes, “no máximo neutro”. Já sobre as compras conjuntas de energia pelos 27, a ideia é “ter uma proposta operacional pronta até o início de 2023”, acrescenta.

Quanto à proposta da União Europeia (UE) para introduzir um teto máximo ao preço do gás no “Velho Continente”, a ministra sublinha que existe um “alto consenso sobre como referenciar as operações de gás a um indicador que não seja o TTF holandês. Ou seja, em vez de introduzir um preço máximo fixo, a ideia é que as operações de entrada e saída de gás na Europa ou comércio interno tenham como referência um novo índice”, explica.

Segundo a ministra, este índice seria “construído a partir de um conjunto de indicadores dos principais mercados de gás do mundo”, sendo que o objetivo é funcionar como um mecanismo de redução de preços e não gerar “distorções”.

Na quinta-feira, o Governo espanhol anunciou um novo pacote de medidas para enfrentar a crise energética, avaliado em 3.000 milhões de euros. O plano inclui o reforço do abono social térmico e da eletricidade, descontos na fatura da eletricidade para as famílias com rendimentos anuais até 28.000 euros ou subsídios para as caldeiras de aquecimento, sendo que esta última medida vai abranger “1,6 milhões de famílias”, sendo que “em princípio” todas estas medidas vão vigorar “até 31 de dezembro de 2023”, acrescentou.

Ao mesmo tempo, o Executivo espanhol vai também avançar com uma tarifa regulada da eletricidade, que substitua o Preço Voluntário para o Pequeno Consumidor (PVPC), sendo que a intenção do Governo espanhol é que a medida “possa ser aprovada até ao início de 2023”.

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