“Há uma distorção especulativa no preço do gás”, diz Teresa Ribera
A vice-presidente do Governo espanhol sublinha a importância de encontrar outra referência de preços do gás para que não se tenha de "comprar a qualquer preço".
A vice-presidente do Governo espanhol e ministra da Transição Ecológica considera que o aumento do preço do gás não corresponde a um aumento equivalente do seu custo. “Há uma distorção um tanto especulativa”, aponta Teresa Ribera, em entrevista ao Expresso (acesso pago), assinalando que é “importante” encontrar outra referência de preços após a Rússia deixar de fornecer gás à Europa, e “dar um sinal aos mercados, antes que chegue o inverno e tenhamos de comprar a qualquer preço”. “Porque se o preço do gás baixa, automaticamente baixa toda esta inflação”, afirma.
Embora admita que o mecanismo ibérico que define um limite aos preços do gás natural que é usado na produção da eletricidade está “a funcionar muito bem”, Teresa Ribera diz ser, ao mesmo tempo, “um pouco frustrante”, já que “é difícil voltar aos preços de há dois ou três anos”. A ministra espanhola reconhece que “há ruído” sobre o impacto do mecanismo nos consumidores porque “não aparece em nenhum sítio a informação de como teria sido a sua fatura se não tivéssemos intervindo”. Contudo, continua, “o que é preciso é comparar com o que teria ocorrido na ausência do mecanismo“.
Teresa Ribera nega ainda que o mecanismo tenha provocado uma subida da atividade das centrais a gás. “O que provocou a subida do consumo de gás foi a seca e a situação do parque nuclear francês“, que funciona abaixo de 35% da sua operação, justifica. E, sobre a diferente interpretação aplicada por Portugal quanto ao ajuste do mecanismo, afirma que “foi um ponto sensível” que não agradou o Executivo de Pedro Sánchez, “porque 40% das famílias espanholas contribuem para esse ajuste”. Ainda assim, “o importante é que [o mecanismo] está a funcionar bem nos dois casos”, remata.
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