“Critérios ESG passaram a ser fundamentais para reforçar competitividade no mercado”, diz líder de Sustentabilidade da Accenture
Peter Lacy aponta ao Capital Verde que os critérios de sustentabilidade ESG já não fazem apenas parte dos valores de uma empresa", são agora determinantes para a competitividade no mercado.
Só 5% das empresas a nível europeu estão alinhadas com os objetivos de neutralidade carbónica. A conclusão, reportada num estudo da Accenture, indica ainda que “os acionistas e stakeholders não vão esperar que as empresas corrijam os seus erros” e, portanto, urge que as organizações aumentem os esforços para tornar as suas operações mais sustentáveis.
“Deficiências na capacidade de as empresas segmentarem, gerirem, medirem e relatarem o seu desempenho relativamente aos níveis de sustentabilidade, dificultam a capacidade das empresas de cumprirem, efetivamente, com os seus compromissos. Apenas 5% das empresas europeias estão no caminho certo para cumprir com as metas de zero carbono”, lê-se no relatório.
Ao ECO/Capital Verde, Peter Lacy, diretor de Sustentabilidade da gigante de consultoria, considera que os critérios de sustentabilidade ESG (ambiente, social e governança) já não fazem apenas parte “dos valores de uma empresa”, são agora determinantes para o futuro de uma organização. “Para as empresas, os critérios passaram a tornar-se fundamentais para reforçar a sua competitividade no mercado. Não existe forma de contornar isso”, garantiu. “Estamos perante uma redefinição do que significa ser uma empresa de sucesso”.
A posição vem refletida no relatório da Accenture e deixa um alerta a todas as organizações: “cumprir e respeitar as exigências a nível da sustentabilidade serão essenciais para o desempenho de uma empresa” que será, “muito provavelmente, recompensada pelo mercado”. Entre 2013 e 2020, revela a consultora, as empresas que mantiveram em alta os níveis de cumprimento de ESG, pontuaram 2,6 vezes mais no retorno total do acionista do que o desempenho médio das empresas.
No relatório, lançado no início deste ano, a Accenture analisou as respostas de mais de 640 líderes financeiros em 12 setores e seis países para entender como as empresas podem medir, gerir e reportar melhor o desempenho no que toca aos cumprimento dos critérios ESG. Na investigação, a consultora descobriu que, embora a maioria (78%) dos líderes financeiros procure compreender o risco que a sustentabilidade representa para os seus negócios, apenas 47% definiram uma estratégia clara para a elaboração dos seus relatórios.
“Estamos a assistir a uma chamada urgente para que a sustentabilidade apareça como principal prioridade na forma como as empresas relatam e divulgam os seus dados financeiros,” referiu Peter Lacy. “Esta não é apenas uma chamada para melhorar a divulgação e relatórios, mas sim uma oportunidade para a transformação organizacional, de cima para baixo, que permita que as pessoas, em todos os níveis, tomem melhores decisões usando dados e equilibrando o valor dos acionistas”.
Segundo o relatório da Accenture, apenas 26% das empresas possuem dados claros e confiáveis para medir e monitorizar as metas de sustentabilidade. O estudo também relata que 70% das empresas ainda usam processos manuais ou semiautomatizados para a elaboração dos relatórios ESG.
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