Paddy Cosgrave quer Web Summit em Lisboa depois de 2028
Com cerca de 70 mil visitantes esperados, esta é a cimeira que gerou maiores receitas, apesar da ampliação da FIL – prevista no acordo com o Governo – não se ter concretizado.
Manter a Web Summit em Lisboa depois de 2028 está nos planos de Paddy Cosgrave. Pelo menos é esse o desejo do fundador da cimeira tecnológica, que arranca na próxima semana a sua sétima edição em Portugal. Com cerca de 70 mil visitantes esperados, esta é igualmente a cimeira que gerou maiores receitas, apesar da ampliação da FIL — prevista no acordo com o Governo – não se ter concretizado. Será antes de 2028? “Tenho fé.”
“É uma situação bizarra quando tens delegações de países a vir a Lisboa e parte do seu objetivo é estudar o que podem aprender em Lisboa para fazer nas suas cidades, para as tornar mais atrativas. Se há cinco anos lhe dissessem que uma delegação comercial alemã vinha a Lisboa ver como tornar uma cidade, vou dizer Dresden, mais atrativa, qualquer português se teria rido”, diz Paddy Cosgrave, fundador da Web Summit, em entrevista ao ECO, a ser publicada no sábado.
“Lisboa passou de uma situação em 2016 em que jornalistas internacionais, investidores, CEO, perguntavam ‘Lisboa, porque vais para Lisboa? Devias estar em Berlim, Paris ou Londres.’ Para hoje, em que a conversa é outra: ‘Em 2028 o contrato termina, por que razão do mundo vais embora, não vás embora?'”, reforça.
Lisboa representa 80% das receitas
E o plano é ficar? “Sim, sim. É ficar”, assegura, embora, a frente das negociações com o Governo — com quem tem contrato para manter a cimeira em exclusivo, no mercado europeu, até 2028 — ainda não se tenha iniciado. “Seria prematuro. Há outras preocupações para o Governo neste momento.”
O contrato atual previa que, já em 2022, a FIL, espaço que acolhe de 1 a 4 de novembro a cimeira tecnológica, duplicasse a sua capacidade para receber, pelo menos, 100 mil participantes. Mas, a edição deste ano, apesar de regressar aos níveis pré-pandemia, sem obras na FIL à vista, fica abaixo da meta desejada por Marcelo Rebelo de Sousa, quando fechou a edição do ano passado.
Deverá acontecer antes de 2028? “Sou sempre otimista. A nossa relação com o Governo e com a cidade é uma parceria perfeita. A Web Summit está prestes a arrancar. Tudo parece estar fantástico”, garante Paddy Cosgrave. Mas ainda espera que o espaço duplique, como combinado? “Certamente que sim. Tenho fé e nenhuma queixa“, assegura.
Penso que estarão 100 mil pessoas em Lisboa. (…) Há tantas conferências e eventos paralelos a acontecer em torno da Web Summit, que o Marcelo deve ter conseguido concretizar o seu desejo (dos 100 mil participantes). Não interessa realmente a Marcelo ou a qualquer pessoa no Governo se as pessoas estão na FIL ou em qualquer outro lugar em Lisboa.
Com ou sem ampliação da FIL, Cosgrave acredita que a Web Summit irá atrair à cidade mais do que o número de participantes na cimeira.
“Penso que estarão 100 mil pessoas em Lisboa. Se olhar para o número de pessoas no Twitter, desesperadamente a tentar obter bilhetes, de mensagens no LinkedIn que recebo de pessoas a dizer que reservaram os bilhetes de avião, mas deve ter havido algum problema com os bilhetes (para a cimeira) e se podem ter mais dois bilhetes…”, diz humorado.
“Depois há tantas conferências e eventos paralelos a acontecer em torno da Web Summit, que o Marcelo deve ter conseguido concretizar o seu desejo. Não interessa realmente a Marcelo ou a qualquer pessoa no Governo se as pessoas estão na FIL ou em qualquer outro lugar em Lisboa”, diz.
E mesmo sem mais área na FIL esta é a melhor edição de “sempre” ao nível de receitas para a organização. “Será o melhor ano de sempre para a nossa empresa”, revela, com um crescimento à volta de 80% face à edição do ano passado.
“Vamos ultrapassar os 50 milhões, pela primeira vez este ano.” Lisboa tem um peso “esmagador” nestes resultados. “É, de longe, o maior evento. Mais de 80%.”
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