Lucros da Corticeira Amorim crescem 10,6% até setembro, mas já há “sinais de abrandamento”
Grupo liderado por António Rios de Amorim, que vai pagar dividendo extra de 9 cêntimos, registou lucros de 64,2 milhões nos primeiros nove meses do ano, mas já antevê “sinais de abrandamento”.
A Corticeira Amorim encerrou os primeiros nove meses deste ano com um resultado líquido de 64,2 milhões de euros. Equivale a um aumento de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado, beneficiando da consolidação da empresa italiana que passou a controlar no início deste ano, mas há “sinais de abrandamento” face ao primeiro semestre.
Em comunicado à CMVM, informa que vai propor à assembleia geral de acionistas, agendada para as 9h do dia 5 de dezembro, a distribuição parcial de reservas distribuíveis de 0,09€ por ação, num total de 11,97 milhões de euros, a pagar no prazo máximo de 20 dias.
“O sólido crescimento da atividade e os bons resultados registados ao longo dos últimos exercícios vêm permitindo à Corticeira Amorim gerar cash-flows crescentes, sendo assim possível efetuar uma distribuição de ‘reservas’ aos senhores acionistas sem colocar em causa a manutenção de uma eficiente e equilibrada estrutura de capitais do Grupo Corticeira Amorim”, justifica, numa outra nota enviada esta terça-feira ao regulador do mercado sobre a convocatória da reunião extraordinária.
Fi a consolidação da Saci, que em janeiro passou a ser detido em 50% pelo grupo sediado em Santa Maria da Feira, que permitiu aumentar 24% as vendas até setembro, que atingiram 790,3 milhões de euros. Sem o efeito do conglomerado de Turim, constituído por 17 empresas e conhecido pela produção de muselets (estrutura em arame que se encaixa na rolha das garrafas de espumante, por exemplo), as vendas teriam crescido “apenas” 10,3% entre janeiro e setembro, salienta o grupo liderado por António Rios de Amorim, que conta perder mais de um milhão com exposição à Rússia.
“Todas as unidades de negócio registaram crescimentos de vendas, refletindo essencialmente a melhoria do mix de produto, a subida de preços e maiores níveis de atividade, ainda que os sinais de abrandamento sejam notórios face à evolução no primeiro semestre do ano. As vendas beneficiaram também de um impacto cambial positivo – excluindo esse efeito, as vendas teriam subido 21,9% nos primeiros nove meses de 2022”, destaca.
O EBITDA consolidado atingiu 131,2 milhões de euros, uma progressão homóloga de 19%. O aumento do preço de eletricidade, de algumas matérias-primas (não cortiça) e também dos custos com pessoal são apontados como fatores de pressão sobre os resultados operacionais, agravados neste trimestre por uma menor alavancagem operacional face aos dois anteriores, com o rácio EBITDA / vendas a cifrar-se em 16,6% (vs. 17,3% nos primeiros nove meses do ano passado).
No final de setembro, a dívida remunerada líquida totalizava 114 milhões de euros, mais 65 milhões face ao fecho do ano de 2021. Um valor que o grupo atribui à aquisição de 50% na SACI (49 milhões), da participação de 50% na Cold River’s Homestead (15 milhões) e do terreno de parte da Herdade do Rio Frio, pelo qual pagou 22 milhões ao Novobanco. “Inclui ainda o acréscimo das necessidades de fundo de maneio (45 milhões), o aumento do investimento em ativo fixo (52 milhões) e o pagamento de dividendos (27 milhões de euros), lê-se no mesmo relatório enviado à CMVM.
(Notícia atualizada a 8 de novembro com novos dados sobre a distribuição do dividendo)
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