Itália condena reação francesa no caso do acolhimento de barco com imigrantes

  • Lusa
  • 10 Novembro 2022

A reação da França ao pedido de acolhimento de 234 migrantes, quando a Itália acolheu 90.000 apenas este ano, é totalmente incompreensível", lamentou o ministro italiano.

O ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, denunciou esta quinta-feira como “totalmente incompreensível” a decisão francesa de retaliar contra Roma, que se recusou a acolher um navio com imigrantes, forçando a França a recebê-lo. “A reação da França ao pedido de acolhimento de 234 migrantes, quando a Itália acolheu 90.000 apenas este ano, é totalmente incompreensível”, lamentou o ministro italiano, num comunicado.

O navio Ocean Viking com 230 migrantes a bordo será recebido por França, na sexta-feira, no porto de Toulon, no sul do país, e um terço dos passageiros migrantes será realocado em França, anunciou o Governo francês, que criticou a “escolha incompreensível” de Itália de não aceitar o navio humanitário. “É apenas a título excecional que recebemos este barco, dados os 15 dias de espera no mar a que as autoridades italianas submeteram os passageiros”, explicou hoje o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin.

Como forma de protesto, a França decidiu suspender “com efeito imediato” a receção prevista para este verão de 3.500 refugiados que se encontram atualmente em Itália. A França anunciou que “também vai retirar consequências” da atitude italiana em outros aspetos da sua “relação bilateral”, acrescentou o ministro francês.

O que não entendemos é por que a Itália deveria aceitar de bom grado o que outros não estão dispostos a aceitar“, replicou agora Piantedosi, no comunicado. “Este ano, quase 90.000 pessoas desembarcaram na Itália e 13 países europeus comprometeram-se a levar de volta um total de 8.000 pessoas. Até agora, um total de 117 pessoas foram atendidas (0,13% das chegadas), incluindo 38 por França (0,04%)”, argumentou o ministro do Interior italiano.

Piantedosi denunciou ainda o desejo de “impor o princípio de que a Itália é a única porto de chegada europeia possível para imigrantes ilegais”. “Os países de chegada não podem ser os únicos responsáveis pela gestão dos fluxos de migrantes”, concluiu o ministro italiano.

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