Parvalorem relança venda de carteira de imóveis avaliada em 230 milhões
É a segunda tentativa de venda do fundo e sociedade gestora, depois de ter sido travada pelas Finanças em 2020. Imóveis valem quase 230 milhões e dois terços estão arrendados.
A Parvalorem e a Parparticipadas, veículos criados há mais de uma década para gerirem os despojos do BPN, aprovaram o relançamento da venda de uma carteira de imóveis avaliada em 230 milhões e a respetiva sociedade gestora, segundo adiantaram as duas entidades ao ECO.
Este processo já esteve no mercado há dois anos, mas acabou por não se chegar a bom porto, depois de o Ministério das Finanças ter decidido congelar a operação, de acordo com o que o jornal Público avançou na altura.
Os investidores terão 90 dias após a publicação do anúncio do concurso público em Diário da República para apresentarem as propostas. É a Deloitte quem está a assessorar a transação.
Vão ser vendidos 98,63% das unidades de participação do fundo imobiliário Imonegócios, propriedade da Parvalorem, e da totalidade do capital da sociedade gestora de fundos Imofundos, propriedade da Parparticipadas. Estes ativos foram parar às duas Par na sequência da nacionalização do falido BPN em 2008.
O fundo apresenta um valor líquido do ativo (NAV) aproximado de 240 milhões de euros, sendo um dos três fundos abertos com maior rendibilidade anual. Gere uma carteira imobiliária no valor de 227 milhões de euros, sendo que a maioria dos imóveis (67% do valor) se encontra arrendado, correspondendo a uma yield média de 6,9%.
Além disso, mais de metade dos imóveis está concentrada no distrito de Lisboa (57%) e quase 80% da carteira corresponde a ativos de imobiliário comercial.
A transação é importante para a Parvalorem prosseguir com a sua reestruturação. A sociedade liderada por Sofia Torres pretende absorver a Parparticipadas, tal como fez com a Parups, que geria as obras de arte do banco falido, através de fusão. Para avançar com absorção da Par, precisa de concluir duas operações: vender este fundo imobiliário e a respetiva sociedade gestora e extinguir o Banco Efisa, cujo plano de liquidação já foi aprovado pelo Banco de Portugal e deverá concretizar-se no próximo ano.
A Parvalorem fechou 2021 com prejuízos de 17 milhões de euros, cerca de metade das perdas registadas em 2020. Mantém um “buraco” de quase 4.000 milhões de euros: dispõe de 353 milhões de ativos para fazer face a um passivo constituído sobretudo pelos empréstimos do Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, de 4.300 milhões.
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