Luís Amado: Interesse do país não foi “acautelado” no Banif
O ex-presidente do Banif acredita que a unificação da estratégia europeia na área da banca fez com que casos como o Banif e o BES decorressem sem atenção ao interesse nacional.
A União Bancária fez com que o interesse de Portugal fosse “mal acautelado” nos casos da resolução do Banif, afirmou este domingo o ex-ministro e ex-presidente do Banif Luís Amado, ao programa Conversa Capital, da Antena 1, entrevista publicada esta segunda no Jornal de Negócios (acesso pago). Para Luís Amado, a União Bancária é um “rolo compressor” que cria pressão sobre a visão das instituições nacionais.
O interesse nacional foi “mal acautelado” no caso do Banif, afirmou o ex-presidente dessa instituição, sem querer “falar muito sobre isso”. Referiu, porém: “Não foi bem acautelado, se tivermos em consideração a grande exposição que as duas Regiões Autónomas tinham com o Banif, especificamente a quota de mercado que aí representava e o que representou neste caso a cedência do Banif naquele contexto aos interesses de uma visão do conjunto europeu”.
Mas Luís Amado não coloca em causa a resolução bancária enquanto figura, já que Portugal aceitou “as regras”. “A partir desse momento temos de nos condicionar ao jogo das regras”, afirma. “Isso não quer dizer que na batalha quotidiana que se desenvolve sempre com as instituições europeias, no contexto de soberania partilhada, a prevalência dos interesses nacionais nessa dialética [não] deva ser salvaguardada até ao limite”, acrescenta.
Também ao Negócios, Luís Amado disse ainda que o Banco de Portugal tem tensões com o PS e o Governo atual por “más relações pessoais”, e que estas deveriam ser postas de parte.
“Na última década assistimos a um exercício quase autofágico de destruição de instituições na base de más relações pessoais”, sublinhou o ex-ministro, lamento que esta tensão afete instituições que não estão ligadas à política.
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