Maioria dos imóveis dados como garantia hipotecária têm níveis baixos de eficiência energética
Segundo o Banco de Portugal, 63% dos imóveis dados como garantia hipotecária nos créditos a habitação têm níveis de eficiência energética baixos.
Quase dois terços dos imóveis dados como garantia hipotecária nos créditos à habitação têm níveis de eficiência energética baixos. Esta é uma das conclusões apresentadas no Relatório de Estabilidade Financeira de novembro do Banco de Portugal (BdP), divulgado esta quarta-feira.
No documento, a entidade liderada por Mário Centeno revela que os empréstimos a particulares garantidos por imóveis integram uma lista de classes de ativos “potencialmente exposta a riscos climáticos de transição”. Esta realidade verifica-se em todo o sistema bancário português, o qual o BdP considera estar “sujeito a risco de crédito associado à desvalorização dos ativos financeiros decorrentes de riscos climáticos físicos e de transição”.
Quanto aos imóveis dados como garantia hipotecária nos créditos à habitação, estes aparentam ter níveis de eficiência energética baixos. Resultados preliminares de uma análise realizada pelo BdP sugerem que com base numa amostra representativa (cerca de 70%) de empréstimos para habitação própria e permanente, que 63% dos imóveis dados como garantia hipotecária nos créditos à habitação têm níveis de eficiência energética baixos.
Que as casas portuguesas estão pouco (ou nada) preparadas para enfrentar temperaturas mais baixas (ou altas, se estivermos no verão), já é sabido, e recentemente, a própria Comissão Europeia lançou um aviso nesse sentido: Portugal é o quinto país da União Europeia (UE) com maior risco de pobreza energética, acentuada pela crise, apontando que as medidas do Governo para apoiar famílias pesam 2,1% no PIB este ano.
Nas previsões macroeconómicas de outono, o executivo comunitário reflete sobre o peso que os elevados níveis de inflação e a acentuada crise energética têm no risco de pobreza energética, colocando Portugal como o quinto pior país da UE — só superado pela Lituânia, Croácia, Letónia e Roménia –, dada a taxa de pobreza energética preexistente e a subida prevista com a atual conjuntura.
“É possível quantificar o efeito do aumento dos preços da energia e do consumidor sobre a pobreza energética, que é definida como uma situação em que as famílias não têm acesso aos serviços energéticos essenciais”, estando previsto um “aumento da pobreza energética como resultado do aumento do custo de vida”, elenca a Comissão Europeia no documento.
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