Mais de 80% dos profissionais de RH estão em burnout
Atualmente, 81% dos profissionais de RH encontram-se em burnout e 62% considera mesmo deixar o setor. É tempo de reformular os RH, conclui a Sage.
É hora de reformular a área de recursos humanos, passar o foco dos processos para as pessoas e, sobretudo, cuidar da saúde mental de quem olha, normalmente, por todos os colaboradores. Atualmente, 81% dos profissionais de RH encontram-se em burnout e 62% considera mesmo deixar o setor. Automatização, análise e self-service são ações fundamentais para o sucesso futuro da profissão, revela o estudo “The changing face of HR in 2024”, da Sage.
“Os líderes de RH são, muitas vezes, os heróis desconhecidos de uma organização, mas nos últimos anos têm demonstrado, mais do que nunca, a sua influência, visibilidade, agilidade e impacto”, afirma Amanda Cusdin, chief people officer da Sage.
“Considerando a escassez aguda de talento e os fenómenos da ‘grande demissão’ e do quiet quitting que muitas organizações enfrentam, os seus líderes precisam de dar prioridade ao investimento em tecnologia e aumentar as qualificações das equipas de RH. O setor tem de adotar tecnologia que liberte os profissionais de RH das tarefas administrativas e os capacite para se focarem mais na estratégia, ajudando as empresas e os colaboradores a atingirem as suas metas de crescimento e desenvolvimento”, acrescenta, citada em comunicado.
O estudo da Sage — com mais de 1.022 respostas de líderes seniores de RH e executivos de alto nível na África do Sul, Alemanha, Canadá, Espanha, EUA e Reino Unido — demonstra que este pode ser um momento crucial para o setor de RH se reformular: 73% dos líderes de RH e 85% dos executivos C-level afirmam que o termo “recursos humano” está desatualizado. Para além disso, 91% dos líderes de RH diz que o campo de ação das suas funções mudou drasticamente nos últimos anos, e 96% dos C-level concorda.
Contudo, se para 86% dos líderes de RH o setor está a adaptar-se para se tornar mais rápido e ágil, a maioria dos executivos de topo (63%) ainda vê o papel dos RH como administrativo, e menos de metade (39%) dos líderes de RH acredita que os colaboradores entendem o que estes profissionais fazem. Muitos líderes empresariais não esperam que os RH desempenhem um papel de liderança em áreas-chave que, tradicionalmente, estariam no seu campo de trabalho, como o planeamento das equipas e da cultura da empresa.
O futuro dos RH
Ainda que 91% dos líderes de RH admita estar entusiasmado com o futuro da profissão, uma percentagem igualmente significativa (83%) concorda que não ter a tecnologia de RH certa é um desafio. Efetivamente, neste momento apenas 59% das organizações recorre a analítica de pessoas e a sistemas de RH na cloud, e somente 54% possui alguma forma de automação de RH.
A grande maioria (92%) dos líderes da área considera a quantidade de trabalho uma barreira para o sucesso futuro, e veem na tecnologia a chave para gerir este desafio. Automatizar as tarefas administrativas, para que as equipas de RH possam dedicar mais tempo à estratégia, e adotar o self-service, permitindo que os colaboradores tenham controlo sobre os seus dados, pouparia trabalho manual aos recursos humanos.
Os líderes de RH escolhem essa profissão porque querem fazer a diferença. Infelizmente, muitas vezes a burocracia e as tarefas administrativas dificultam-no; assim, não é de surpreender que se sintam mais exasperados do que nunca. Graças à automação, análise, self-service e muito mais, os gestores de pessoas têm uma oportunidade maior do que nunca de finalmente trocar as folhas de cálculo pela estratégia e redescobrir por que se dedicaram à área para começar: para fazer a diferença.
“Os líderes de RH escolhem essa profissão porque querem fazer a diferença. Infelizmente, muitas vezes a burocracia e as tarefas administrativas dificultam-no; assim, não é de surpreender que se sintam mais exasperados do que nunca”, defende Helen Armstrong, CEO e founder da Silvercloud HR. “Graças à automação, análise, self-service e muito mais, os gestores de pessoas têm uma oportunidade maior do que nunca de finalmente trocar as folhas de cálculo pela estratégia e redescobrir por que se dedicaram à área para começar: para fazer a diferença.”
Questionados sobre quais vão ser os principais desafios para os RH no próximo ano, os líderes de RH preveem que serão os orçamentos limitados (90%), a falta de recursos (89%) e a falta de apoio da equipa de liderança (83%), para além da carga de trabalho. E destacam ainda alguns fatores que consideram importantes para a profissão ser bem-sucedida: aumento das capacidades de RH (42%), mais know-how tecnológico (40%) e maior investimento em especialidades (37%), por exemplo em profissionais especialistas em diversidade e inclusão.
No que concerne as principais prioridades de RH em 2023, os líderes de talento e os executivos C-level concordam que a gestão de talento deve estar no topo da lista. Igualdade, inclusão e diversidade, bem como saúde e bem-estar dos colaboradores também figuram em destaque para os líderes de RH; enquanto os executivos C-level acreditam que os RH devem focar-se mais no crescimento financeiro, na eficiência e na produtividade.
Realizado pela Edelman, para a Sage, “The changing face of HR in 2024”, resulta de 1.022 respostas de líderes seniores de RH (666) e executivos de alto nível (356 CEO, CFO e CTO) na África do Sul, Alemanha, Canadá, Espanha, EUA e Reino Unido, em pequenas (522) e médias (500) empresas.
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