Em maioria absoluta, Costa perde quase um governante por mês

  • Mariana Marques Tiago
  • 30 Novembro 2022

Oito meses depois de tomar posse, a 30 de março, sete elementos do terceiro Executivo formado pelo socialista António Costa já abandonaram os cargos que ocupavam. Quem foram os sacrificados?

Foi a 30 de março de 2022 que tomou posse o XXIII Governo, o terceiro liderado por António Costa e o primeiro suportado por uma maioria absoluta no Parlamento. Oito meses volvidos, sete elementos deixaram os lugares que ocupavam no arranque da legislatura.

A primeira baixa foi registada a 2 de maio. Sara Abrantes Guerreiro, à época secretária de Estado da Igualdade e Migrações tomou a decisão por uma “questão pessoal e de força maior”, segundo fez saber Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República queria afastar os rumores que ligavam a decisão ao caso relativo ao acolhimento de refugiados ucranianos por russos pró-Putin na Câmara de Setúbal. Acabou substituída por Isabel Rodrigues.

Três meses depois, a 30 de agosto, foi a vez de Marta Temido apresentar a demissão. Em comunicado, a até então ministra da Saúde dizia ter deixado de ter “condições para se manter no cargo”. O anúncio da demissão, ao início da madrugada, ocorreu algumas horas depois de se saber que uma grávida morrera após ser transferida do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, devido à falta de vagas na neonatologia.

Em solidariedade com Marta Temido, António Lacerda Sales (secretário de Estado Adjunto e da Saúde) e Maria de Fátima Fonseca (secretária de Estado da Saúde) seguiram os passos da ministra da tutela, que atravessou os anos da pandemia e acabou por ser substituída por Manuel Pizarro.

Novembro ainda não acabou, mas são já três as saídas. A primeira foi a de Miguel Alves, a 10 de novembro. A demissão do então secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro surgiu após ser acusado do crime de prevaricação pelo Ministério Público. Esta terça-feira, a Presidência da República confirmou que António Mendonça Mendes fica como braço direito de António Costa, deixando a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais.

As outras saídas do mês foram anunciadas no mesmo dia. Aprovado o Orçamento do Estado para 2023, António Costa demitiu demitiu João Neves, por divergências com António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar. Para o seu lugar entra Pedro Cilínio. Pelas mesmas razões, Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, será rendida no Executivo por Nuno Fazenda de Almeida.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi informado das alterações no Executivo ao longo da tarde desta terça-feira. Pouco tempo depois das primeiras notícias, os nomes dos substitutos foram anunciados no site da Presidência, com a informação de que a tomada de posse dos novos governantes vai acontecer na sexta-feira, 2 de dezembro, pelas 12h, no Palácio de Belém.

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