Famílias consomem menos e investimento cai no terceiro trimestre
O investimento passou de um crescimento de 3,5% no segundo trimestre, para uma redução de 0,4% no terceiro, revela o INE.
O Produto Interno Bruto aumentou 4,9% em termos homólogos e 0,4% em cadeia no terceiro trimestre de 2022, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. A procura interna teve um contributo menor para o crescimento neste período, sendo que as famílias consumiram menos e o investimento caiu, passando de um crescimento de 3,5% no segundo trimestre, para uma contração de 0,4%.
“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no terceiro trimestre, passando de quatro pontos percentuais (p.p.) no segundo trimestre, para 2,9 p.p., verificando-se um crescimento ligeiramente menos acentuado do consumo privado e uma diminuição do investimento, determinada pelo comportamento da variação de existências”, indica o INE.
Olhando para as componentes da procura interna, em termos reais, “verificou-se uma ligeira desaceleração do consumo privado (inclui as instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias)”, enquanto o consumo público seguiu a tendência contrária e aumentou 0,5% em termos homólogos, menos 1,2 p.p. que no trimestre anterior.
As despesas de consumo final das famílias residentes em bens não duradouros e serviços desaceleraram, enquanto a componente de bens duradouros registou um crescimento homólogo mais pronunciado, destacando-se a aquisição de veículos automóveis. É de notar, no entanto, que existe aqui um efeito base já que no terceiro trimestre do ano passado houve uma redução significativa.
Já o investimento passou para uma contração de 0,4%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) diminuiu na construção e desacelerou nas áreas de equipamento de transporte e produtos de propriedade intelectual, sendo que apenas a FBCF em outras máquinas e equipamentos registou uma aceleração, para uma taxa de 6,6%.
Já o contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB diminuiu para 2,0 p.p. (3,3 p.p. no trimestre precedente), indica o INE. As exportações de bens e serviços tiveram uma desaceleração significativa no terceiro trimestre, sendo mais acentuada que as importações. É de notar que apesar deste abrandamento, as exportações de serviços “continuaram a aumentar de forma considerável”, nomeadamente devido à dinâmica do turismo.
Tendo em conta o aumento dos preços nos fluxos de comércio internacional, verificou-se uma perda dos termos de troca (4,1%), que foi ainda assim “ligeiramente menos intensa que no trimestre anterior”.
Quanto ao emprego, este abrandou mas as horas trabalhadas aumentaram. A “produtividade medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de pessoas empregadas aumentou 3,3% em termos homólogos, menos 2,0 p.p. que no trimestre anterior”, enquanto aquela medida com base no número de horas trabalhadas “registou uma variação homóloga de 3,8%, após um crescimento de 8,3% no segundo trimestre”.
(Notícia atualizada às 11h45)
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