Interpol confirma “alerta vermelho” para detenção de Isabel dos Santos

  • ECO
  • 30 Novembro 2022

A agência internacional confirmou esta quarta-feira que emitiu um "alerta vermelho", a pedir às forças policiais para localizar e deter a angolana Isabel dos Santos.

A Interpol emitiu um “alerta vermelho” para que as autoridades localizem e detenham a angolana Isabel dos Santos, confirmou a Reuters esta quarta-feira junto da agência de polícia internacional.

O “alerta vermelho” não é um mandato de captura internacional, como chegou a ser avançado pela agência Lusa há duas semanas, mas sim um “pedido às forças policiais de todo o mundo para localizarem e deterem preventivamente uma pessoa pendente de extradição, entrega ou ações legais semelhantes”. E que este alerta tinha sido emitido a pedido das autoridades angolanas,

A filha do ex-presidente angolano – que tinha entretanto afastado a existência de um mandato de captura internacional sobre si – é procurada, segundo o documento a que a Lusa teve acesso, por suspeitas de “crimes de peculato, fraude qualificada, participação ilegal em negócios, associação criminosa e tráfico de influência, lavagem de dinheiro”, numa pena máxima de 12 anos de prisão.

O mesmo documento indica também que a angolana costuma estar entre Portugal, Reino Unido e os Emirados Árabes Unidos.

Entre 2015 e 2017, a Interpol explica que Isabel dos Santos criou mecanismos financeiros “com intenção de obter ganhos financeiros ilícitos e branquear operações criminosas suspeitas”, através de “informação sobre dinheiros públicos do Estado angolano” que conseguiu na qualidade de administradora da petrolífera estatal Sonangol. A angolana terá prejudicado o Estado angolano em mais de 200 milhões de euros.

Isabel Santos, em várias entrevistas, diz que está a ser vítima de uma “perseguição política” no país natal. “Não há dúvidas de que estamos perante um cenário de perseguição política. Olhando para Angola e para o seu sistema jurídico, é fácil de entender que o Procurador-Geral da República recebe ordens diretamente do Presidente João Lourenço. Acredito que haja uma vingança política e uma perseguição política em relação à minha pessoa e à minha família”, disse esta terça-feira, em entrevista à CNN Portugal.

Nas últimas semanas, a angolana voltou a estar no meio de uma polémica em Portugal depois do ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, ter acusado o primeiro-ministro de intromissão política junto do supervisor bancário para defender os interesses de Isabel dos Santos.

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