Trabalho temporário sobe 7,5% no 3.º trimestre, mas continua abaixo dos valores de 2019

Apesar do crescimento, os valores são ainda inferiores às colocações realizadas durante o terceiro trimestre de 2019.

Os números do trabalho temporário continuam a crescer, embora estejam ainda abaixo do período pré-pandemia. No terceiro trimestre, registaram-se 107.976 colocações em trabalho temporário, o equivalente a um aumento de 7,5% face ao mesmo período de 2021 e de 36,8% face ao mesmo período de 2020. Apesar do crescimento, os valores são ainda inferiores às colocações realizadas durante o terceiro trimestre de 2019.

Os números são dados pelo barómetro da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e de Recursos Humanos (APESPE-RH) e do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

“O terceiro trimestre deste ano apresenta uma evolução positiva no setor de trabalho temporário, relativamente aos últimos dois anos, ainda afetados pelas consequências da pandemia. Analisando a evolução de contratações em 2022, estas têm vindo a aumentar consideravelmente, o que é um sinal muito positivo, apesar de estabilizarem neste trimestre em relação aos anteriores”, começa por dizer Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH.

“A nível demográfico, reforçamos a importância da contratação de pessoas na faixa acima dos 50 anos, cerca de 9%, bem como de trabalhadores com menor nível de qualificações académicas, que têm assim oportunidade de aceder ao mercado de trabalho e melhorar as suas qualificações. Notamos também que, em setembro, devido à rentrée e regresso às atividades presenciais, sobem as contratações em serviços de catering e eventos”, acrescenta Afonso Carvalho, citado em comunicado.

O índice do trabalho temporário, que subia desde janeiro, após quebras constantes desde maio do ano passado, volta a descer ligeiramente e estabiliza no terceiro trimestres, fixando-se em 1,08 em julho, 1,06 em agosto e 1,08 em setembro.

“Estes valores são inferiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior (os índices de 2021 são mais elevados porque a comparação é feita com valores de colocação muito baixos em 2020, devido ao início do confinamento)”, lê-se no documento.

Quase 30% dos colocados têm mais de 40 anos e completaram ensino secundário

Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma diminuição da contratação de trabalhadores do género feminino em julho (44,1%) e agosto (43,3%), em relação a junho (46,1%). Por outro lado, o mês de setembro apresenta novamente um aumento da contratação de trabalhadores do género feminino (45,2%).

Ao nível da distribuição etária, entre 26% a 27% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos. Também é significativa (cerca de 20%) a percentagem de colocados com idades entre os 25 e os 29 anos.

O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (64%). Contudo, as colocações de ensino secundário aumentaram, passando de 28%, em julho, para 29%, em setembro. Já os licenciados representam cerca de 6% das colocações.

Já no que toca ao setor de atividades, as empresas de fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis continuam em primeiro lugar no pódio das que mais recorrem a trabalho temporário (10% a 12%).

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