Importações do Brasil quase duplicam. País já o sétimo maior fornecedor de Portugal
Compra de bens ao Brasil aumentou 90,5% entre janeiro e outubro, puxada sobretudo pela importação de petróleo. País já é o segundo maior fornecedor fora da UE, atrás da China.
As importações do Brasil aumentaram 90,5% entre janeiro e outubro, face ao mesmo período do ano passado, atingindo 4.020 milhões de euros. Com um peso de 4,4% nas compras de bens ao exterior, o país é agora o sétimo principal fornecedor de Portugal.
O crescimento é explicado, em grande parte, pelo aumento de 84,5% na importação de combustíveis minerais, “devido essencialmente aos óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos”, assinala o INE nos dados sobre o comércio internacional divulgados esta terça-feira.
Com esta evolução, o Brasil salta para a sétima posição do ranking dos principais fornecedores a Portugal, sendo o segundo maior de fora da União Europeia, atrás da China. “Desde 2020, têm-se registado taxas de variação homóloga nas importações originárias do Brasil mais significativas do que as observadas no total das importações”, refere o INE. O que não será alheio ao facto de a Galp ter aumentado a produção de petróleo naquele país.
Depois dos combustíveis minerais e óleos brutos, que têm um peso de 60,3%, os bens agrícolas são o segundo produto mais importado, com um peso de 19,5%. Seguem-se os metais comuns (7,1%), a madeira e cortiça (4,6%) e os veículos de outro material de transporte (2%). Esta última categoria ocupava em 2021 a 11.ª posição, tendo crescido devido à importação de aeronaves.
As exportações de Portugal para o Brasil também aumentaram entre janeiro e outubro, registando um crescimento de 27,7% para os 759 milhões de euros, correspondendo a 1,2% do total. O défice comercial do país com o Brasil foi de 3.261 milhões.
Crescimento das exportações desacelera para 21,1% em outubro
As exportações de bens continuaram a registar um forte crescimento homólogo em outubro, mas o ritmo abrandou face ao mês anterior, indicam os dados divulgados esta terça-feira pelo INE. O défice da balança comercial agravou-se, atingindo os 2,83 milhões de euros.
As vendas de bens ao exterior aumentaram 21,1% em outubro, em termos nominais (excluindo o impacto da subida de preços), um ritmo inferior aos 25% registados em setembro. As importações também travaram, mas continuam com taxas de crescimento mais elevadas que as exportações, subindo 26,2% face ao período homólogo, acima dos 30,4% registados em outubro. “Excluindo combustíveis e lubrificantes, as exportações e as importações aumentaram 19,4% e 25,2%, respetivamente (24,1% e 27,1%, em setembro)”, assinala o INE.
A variação dos índices de preços continua também a desacelerar, com aumentos homólogos de 14,5% nas exportações e de 14,2% nas importações, o que compara com 16,2% e 18,5% em setembro, respetivamente.
A crescer mantém-se o défice da balança comercial, que em outubro se agravou em 814 milhões em relação ao mesmo mês de 2021, para os 2,83 mil milhões. Sem combustíveis e lubrificantes o défice totalizou 1,98 mil milhões.
Olhando para o conjunto do trimestre, as exportações cresceram 25,5% e as importações aumentaram 34,7%, em termos homólogos.
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