Inflação acelera (ainda mais) para 8,1% este ano e 5,8% em 2023
Previsão do Banco de Portugal fica acima da estimativa do Governo de uma inflação de 7,4% em 2022 e de 4% em 2023.
O Banco de Portugal (BdP) reviu em alta as previsões de inflação para este ano apontando agora para 8,1%, um valor acima das estimativas do Governo (7,4%), que já estavam ultrapassadas depois de a taxa rondar os 10% nos últimos dois meses. Já para 2023 Mário Centeno vê ainda uma taxa elevada, de 5,8%, acima das previsões do Orçamento do Estado, segundo o boletim económico de dezembro.
Para 2024 a previsão é de que a inflação se fixe nos 3,3% e, em 2025, volte a desacelerar para os 2,1%. “Esta diminuição gradual reflete a redução do preço internacional das matérias-primas energéticas, alimentares e outras, bem como menores pressões da procura resultantes de uma política monetária mais restritiva”, lê-se no boletim.
A previsão para este ano representa uma revisão em alta face ao boletim de outubro, quando o BdP apontava para uma inflação de 7,8%. Já para 2023 as últimas projeções conhecidas eram de junho, e apontavam para 2,7%, um valor que foi também revisto em alta. Mário Centeno acompanha assim as revisões em alta de Christine Lagarde para a evolução dos preços na zona euro e que levaram a presidente do Banco Central Europeu a alertar que os juros vão continuar a subir “significativamente” porque a inflação continua “demasiado elevada”.
A instituição ressalva ainda assim que “a incerteza em torno da projeção é elevada, com riscos descendentes para a atividade e ascendentes para a inflação”.
Na apresentação do boletim, Mário Centeno alertou para os riscos das indexações à inflação, como por exemplo os aumentos. “Indexações à inflação criam dificuldade enorme de financiamento em termos do valor intrínseco nominal na nossa atividade que devem merecer de todos muita ponderação”, reiterou.
O governador do BdP apontou também que a “inflação vai permanecer elevada mas ainda assim há trajetória de redução nos próximos meses”. Esta desaceleração vai eventualmente “levar a inflação a valores compatíveis com objetivo a médio prazo do BCE”, que é de 2%. Centeno salientou também que “teremos atingido o pico da inflação nestes meses” finais do ano, mas não se compromete com o momento exato.
(Notícia atualizada às 14h05)
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