Grupo Hoti viu custos com pessoal subirem 40% desde 2019

Salário bruto pago aos trabalhadores aumentou 40% desde 2019, num esforço feito para reter as pessoas. Mesmo assim, as "dificuldades" de contratação continuam.

O Grupo Hoti Hotéis, representante das marcas Meliá, Tryp, Start Inn e Moxy, também sentiu (e continua a sentir) na pele o problema da escassez de mão-de-obra no turismo. Desde 2019, a quinta maior cadeia hoteleira nacional viu os custos com o pessoal aumentarem 40%, naquele que foi um esforço feito para reter os trabalhadores. Mesmo assim, as “dificuldades” de contratação continuam.

“Desde 2019, tivemos um aumento do custo com o pessoal, per capital, na ordem dos 40%”, isto é, o vencimento bruto pago aos trabalhadores, disse Miguel Proença, CEO do Grupo Hoti, num encontro com jornalistas esta sexta-feira. Estes aumentos, explicou, foram feitos para “reter pessoas”, numa altura em que o setor do turismo sofre com a falta de mão-de-obra.

Antes da pandemia, a cadeia hoteleira contava com 970 colaboradores nos 18 hotéis que tem atualmente em funcionamento e, no início de 2022, eram apenas 790. A pandemia tirou, assim, quase 20% dos trabalhadores. “Na época alta atingimos, sensivelmente, o mesmo número de colaboradores de 2019. Mas continuamos com dificuldade de contratação”, disse Miguel Proença.

O responsável nota que esta falta de pessoal chegou mesmo a refletir-se na qualidade do serviço prestado. “Houve alguns momentos em que sofremos alguns sacrifícios, principalmente no pico das taxas de ocupação”, disse.

Apesar desta dificuldade, 2022 vai encerrar com um volume de negócios recorde: 80 milhões de euros, acima dos 74 milhões de euros registados em 2019, revelou o CEO aos jornalistas. Para 2023, as expectativas apontam para um resultado líquido ainda maior – 89 milhões de euros.

Este resultado deve-se, sobretudo, ao aumento dos preços. “O ano foi marcado por termos conseguido incentivar uma subida do preço médio. Fechámos com um nível de ocupação ligeiramente abaixo de 2019, ou seja, [o resultado] foi totalmente assente no aumento do preço médio“, disse.

Ainda para 2022, o EBITDA deverá encerrar na ordem dos 33 milhões de euros e a ocupação média nos 70%.

Para o futuro, o Grupo Hoti vai entrar no mercado de residence, onde prevê investir cerca de 110 milhões de euros em três projetos de apartamentos – Porto, São João da Madeira e Aveiro. Além disso, tem ainda 100 milhões de euros para a abertura de sete novos hotéis até 2027.

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