Putin diz estar disponível para negociar com Ucrânia e aliados. Kiev atacada por 40 rockets no Natal
Putin garantiu estar disponível para negociar e que prosseguirá com a estratégia russa até que "todos os objetivos sejam alcançados". Ucrânia foi atacada com 40 rockets no Natal.
Vladimir Putin garantiu estar preparado para negociar com todas as partes envolvidas na guerra da Ucrânia. No entanto, segundo o Chefe de Estado russo, nem Kiev nem os aliados do Ocidente estão disponíveis para conversar com o Kremlin.
“Estamos preparados para negociar soluções aceitáveis para todos os envolvidos, mas isso dependerá deles. Não somos nós que estamos a recusar negociar, são eles”, acusou o Presidente russo numa entrevista à televisão estatal Rossiya 1, emitida este domingo e citada pela Reuters esta segunda-feira.
“Sempre nos esforçámos por garantir que quaisquer disputas que surjam fossem resolvidas por meios pacíficos, por via de negociações”, afirmou.
No mesmo momento, Putin deixou a garantia de que iria prosseguir com o conflito armado até concretizar todos os objetivos, ao passo que a Ucrânia garantiu que não irá desistir até que todas as tropas russas sejam expulsas do país. No passado dia 24 de dezembro, somaram-se dez meses desde o início a guerra na Ucrânia que já provocou centenas de vítimas e milhares de refugiados.
“Acredito que estamos a agir no sentido certo, estamos a defender os interesses nacionais, os interesses dos nossos cidadãos, do nosso povo. E, não temos outra escolha se não proteger nossos cidadãos”, disse Putin, acrescentando que “99,9% do nosso povo, está pronto para dar tudo pelos interesses da pátria”.
Face às declarações de Putin, um conselheiro de Volodymyr Zelenskiy reagiu dizendo que o Presidente russo devia reconhecer a realidade que é Moscovo quem não quer sentar-se à mesa das negociações.
“A Rússia atacou de forma isolada a Ucrânia e está a matar civis. Eles não querem negociar, estão a tentar escapar às responsabilidades“, afirmou Mykhailo Podolyak numa publicação no Twitter.
Tweet from @Podolyak_M
A entrevista foi divulgada durante o fim de semana de Natal, altura em que as tropas russas terão lançado 40 rockets contra o território ucraniano, entre eles um em direção à cidade de Kherson que terá deixado milhares de cidadãos sem acesso à eletricidade. Segundo as autoridades ucranianas, registaram-se, pelo menos, dez vítimas mortais das quais Zelenksy garantiu que serão reunidos todos os esforços para “encontrar todos os assassinos russos”.
Numa mensagem de vídeo, Zelenksy afirmou que Moscovo tinha como objetivo deixar os últimos dias de 2022 às escuras, alertando os ucranianos para a ameaça de uma nova vaga de bombardeamentos.
“Temos de estar preparados para qualquer cenário”, vincou o Presidente ucraniano. “Restam apenas alguns dias no ano. Devemos estar conscientes de que o nosso inimigo tentará tornar este tempo escuro e difícil para nós“, cita a Reuters as declarações do Chefe de Estado ucraniano na sua habitual alocução noturna.
“A Rússia perdeu tudo o que podia este ano, mas está a tentar compensar as suas perdas com a soberba dos seus propagandistas depois dos ataques com mísseis“, continuou Volodymyr Zelensky.
Três mortos em ataque de drone contra base russa
Os ataques continuam esta segunda-feira, depois de a defesa aérea russa revelar ter abatido um drone ucraniano que se aproximava de uma base aérea no sul do país, tendo os destroços do aparelho não tripulado atingido mortalmente três pessoas no solo.
“Um veículo aéreo ucraniano não tripulado foi abatido a baixa altitude ao aproximar-se do aeródromo militar Engels na região de Saratov”, cita a Reuters a informação avançada pela agência noticiosa TASS, citando o Ministério da Defesa da Rússia. O aeródromo fica a cerca de 730 quilómetros a leste da Ucrânia.
O aparelho foi abatido pelos “meios de defesa antiaérea das Forças Aeroespaciais da Rússia” e “como resultado da queda dos destroços do drone, três técnicos russos que estavam no aeródromo foram mortalmente atingidos”.
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