Exército resolverá problema se Kiev recusar exigências russas, diz chefe da diplomacia russa
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, exigiu à Ucrânia a sua “desmilitarização e desnazificação” para deixar de ser uma ameaça para Moscovo, caso contrário o exército russo tratará de o fazer.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, exigiu esta terça-feira à Ucrânia a sua “desmilitarização e desnazificação” para deixar de ser uma ameaça para Moscovo, caso contrário o exército russo tratará de o fazer.
“As nossas propostas para a desmilitarização e desnazificação dos territórios controlados pelo regime [de Kiev], a eliminação das ameaças à segurança da Rússia que daí emanam, (…) são bem conhecidas do inimigo”, disse Lavrov numa entrevista à agência estatal russa TASS.
Lavrov disse que as ameaças à segurança da Rússia incluem as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, que Moscovo declarou como anexadas em 30 de setembro, numa decisão não reconhecida por Kiev nem pela generalidade da comunidade internacional.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo considerou que perante as exigências de Moscovo as autoridades ucranianas só deverão ter uma atitude, que é satisfazê-las “de boa vontade”. “Caso contrário, o exército russo resolverá o problema”, afirmou.
Quanto à continuação da guerra na Ucrânia, “a bola está no campo” de Kiev e Washington, que está por detrás do Estado ucraniano, disse Lavrov, citado pela agência espanhola EFE.
No fim de semana, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia estava pronto para “negociar com todas as partes envolvidas sobre soluções aceitáveis” na Ucrânia. “Não somos nós que nos recusamos a negociar, são eles”, disse o líder russo.
Ao lançar a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, Putin disse que a operação visava, entre outros objetivos, “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.
Moscovo tem reafirmado que não vai parar a guerra até atingir os seus objetivos, enquanto Kiev diz que as negociações não são possíveis até que os russos se retirem de todo o seu território, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014.
Na entrevista à TASS, Lavrov disse que os Estados Unidos são o “principal beneficiário” do conflito, tanto em “termos económicos como militares-estratégicos”
Lavrov disse que o objetivo estratégicos dos Estados Unidos e dos seus aliados da NATO é uma vitória no campo de batalha “como mecanismo para enfraquecer significativamente ou mesmo destruir” a Rússia.
“Ao mesmo tempo, Washington está também a resolver uma importante questão geopolítica: quebrar os laços tradicionais entre a Rússia e a Europa e subjugar ainda mais os satélites europeus”, afirmou.
Lavrov disse que a Ucrânia recebeu mais de 40.000 milhões de dólares (mais de 37.500 milhões de euros, ao câmbio atual) em equipamento militar desde fevereiro, “incluindo armas que ainda não foram adotadas pelos próprios exércitos ocidentais, aparentemente a fim de ver como funcionam em condições de combate”.
Acusou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de tentar tudo para arrastar a NATO para um confronto direto com o exército russo, incluindo a “provocação de 15 de novembro”, com a queda de um míssil de defesa ucraniano na Polónia.
“É bom que Washington e Bruxelas tenham sido suficientemente espertos para não caírem neste truque. Mas o incidente mostrou que o regime [de Kiev] não vai parar por nada”, afirmou.
Desconhece-se o número exato de baixas civis e militares em dez meses de guerra na Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
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