Obras no Palácio Foz custam mais 6,7%

Trabalhos nas coberturas ficam 20% mais caros e obrigam Governo a declarar interesse público para avançar com obras no edifício em Lisboa.

As obras de reabilitação do Palácio Foz vão ficar mais caras do que estava inicialmente previsto. Os trabalhos nas coberturas vão custar mais 20% ao Estado e obrigaram a uma revisão dos custos totais em 6,7%, segundo a resolução do Conselho de Ministros publicada esta quarta-feira em Diário da República.

Em agosto deste ano, o Governo tinha previsto um total de 6.519.570,91 euros para as obras, a que se acrescenta a taxa de IVA: 4,33 milhões de euros para a empreitada geral e 2,18 milhões euros para a reparação das coberturas. Estes montantes tinham a comparticipação, em 80%, do Fundo de Reabilitação e Conservação Patrimonial. O primeiro concurso público, lançado em maio de 2021, tinha falhado.

Em 2022, todas as propostas recebidas para as obras nas coberturas “fixaram-se acima do preço base”. Em condições normais, todas as propostas teriam sido excluídas, ao abrigo do Código dos Contratos Públicos. No entanto, “excecionalmente e por motivos de interesse público devidamente fundamentados” pode ser adjudicada uma proposta que “não exceda em mais de 20% o montante do preço base”.

O Governo, por isso, declarou interesse público e aceitou agravar o preço das obras da cobertura em 20%, passando a custar 2,62 milhões euros. Por conta disso, o custo total da reabilitação do Palácio Foz passou para 6.957.067,12 euros.

Novo concurso agravaria preço em mais de 20%

O Executivo alega que “a falta de intervenção urgente acarreta uma aceleração da degradação do imóvel, agravada pelas condições atmosféricas adversas e consequentes inundações que se têm manifestado em Portugal, em particular na cidade de Lisboa”.

Além disso, se fosse necessário abrir um novo concurso público, a situação iria originar “prejuízos financeiros para o erário público muito superiores a 20% do preço base, daí resultando como mais benéfico para o Estado que se proceda à adjudicação, por razões de manifesto interesse público, da proposta que seja ordenada em primeiro lugar, ainda que o preço contratual ultrapasse o preço base até 20%”.

Espera-se que as obras de reabilitação do Palácio Foz fiquem concluídas até ao final de 2024.

O Palácio Foz, também conhecido como Palácio Castelo Melhor, está localizado na Praça dos Restauradores, em Lisboa, e foi projetado no século XVIII, lê-se na página do próprio edifício. Foi destruído pelo terramoto de 1755 e novamente construído, tendo sido inaugurado em 1858. Sofreu obras e mudou de mãos durante vários anos, tendo sido usado como salas de espetáculos.

Esteve ainda hipotecado à Caixa Geral de Depósitos, que o adquiriu em 1939 para o vender um ano mais tarde. A partir de 1974 recebeu, por exemplo, o Instituto da Comunicação Social — atual Gabinete para os Meios de Comunicação Social –, a Inspeção Geral das Atividades Económicas, a Sala de imprensa de Jornalistas Estrangeiros, o Gabinete da Alta Comissária para a igualdade e Família e o posto de turismo da PSP.

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