Tripulantes da TAP decidem hoje se avançam com mais dias de greve

O sindicato dos tripulantes de cabina volta hoje a reunir em assembleia geral para avaliar o progresso das negociações com a TAP. Da reunião pode sair a confirmação de até mais 5 dias de paralisação.

Os associados do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) reúnem esta manhã para avaliar a evolução das negociações com a TAP e decidir se os tripulantes avançam com até mais cinco dias de greve em janeiro, depois de terem parado a 8 e 9 de dezembro.

A assembleia geral (AG) está agendada para as 9h00 desta quinta-feira, nas instalações da Ordem dos Contabilistas, em Lisboa. Depois dos dois dias de greve no início do mês, a administração da TAP e o SNPVAC retomaram as negociações, tendo ocorrido já várias reuniões. A direção do sindicato comprometeu-se a enviar aos tripulantes um documento com a evolução do processo, que servirá de base para a discussão. Se o grau de insatisfação se mantiver, deverá ser aprovado o regresso às paralisações.

Na AG anterior, realizada a 6 de dezembro, os tripulantes confirmaram a greve a 8 e 9 de dezembro e aprovaram até mais cinco dias até ao final de janeiro. O desfecho da reunião deverá ser conhecido ao fim da manhã. Se decidirem concretizar aquela intenção, o sindicato terá de emitir um pré-aviso de greve com dez dias de antecedência. Ou seja, a paralisação já só ocorrerá no próximo ano.

“Tivemos reuniões com o sindicato dos tripulantes na semana passada e tivemos outra esta manhã. Acho que houve uma boa evolução nas novas conversações”, afirmou a presidente executiva da TAP à margem de um almoço com jornalistas no dia 19. “Queremos evitar a greve, se for possível”, disse Christine Ourmières-Widener.

No comunicado aos associados sobre a convocatória da AG desta quinta-feira, o SNPVAC diz que “não acompanha o entusiasmo da atual CEO”, mas reconhece que “as reuniões têm decorrido na base do diálogo, com os avanços e recuos normais destas negociações”.

Segundo a presidente executiva, o que ainda separa os tripulantes e a TAP “são questões financeiras e sobre a forma como o trabalho está organizado”, com a companhia a pretender implementar um modelo de remuneração mais assente na produtividade. Já os tripulantes, que têm um corte salarial de 25% acima dos 1.410 euros, estão contra este modelo e reclamam que a administração da TAP não está a cumprir o Acordo de Emergência assinado em 2021, retirando-lhes direitos. A primeira proposta para o novo Acordo de Empresa foi também considerada “inenarrável” pela classe.

O caso da indemnização de 500 mil euros paga à antiga administradora Alexandra Reis também não ajuda. “É frustrante nós estarmos em negociações com a empresa e, apesar dos esforços que tem havido, depois de vermos estas notícias”, afirmou esta terça-feira o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, em declarações à CNN Portugal. “A rigidez que a empresa tem, a tutela que se defende constantemente com o plano de reestruturação, mas na verdade, e no final de contas, nós estamos a discutir tostões para outros ganharem milhões“, acrescentou.

A TAP estimou um impacto negativo de oito milhões nas receitas devido à greve da primeira semana de dezembro. Segundo a CEO, as contas finais só serão conhecidas no final do mês, mas não andarão longe desse montante. Se avançar a paralisação de cinco dias, o custo poderá ser maior, mas Christine Ourmières-Widener diz que a empresa ainda não fez uma previsão. “Não fizemos estimativas, porque ainda estamos a tentar chegar a acordo com o SNPAC e acho que é possível um acordo”, respondeu a 19 de dezembro.

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