PS diz que demissão de Pedro Nuno Santos encerra caso Alexandra Reis

  • Lusa
  • 29 Dezembro 2022

Hugo Costa assegurou ainda que moção de censura, apresentada pela IL, vai ser “rejeitada pela maioria parlamentar do PS: 120 deputados”.

O PS considerou esta quinta-feira que, com a demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, o caso de Alexandra Reis está “completamente encerrado” do ponto de vista político, elogiando os “sete anos de trabalho” governativo de Pedro Nuno Santos.

Em declarações à agência Lusa, o deputado socialista Hugo Costa, coordenador dos deputados do PS na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, considerou que “foi no estrito cumprimento da ética republicana que o ministro Pedro Nuno Santos apresentou a sua demissão”.

“A partir do momento em que foi do conhecimento do próprio ministro que o senhor secretário de Estado das Infraestruturas [Hugo Santos Mendes] tinha conhecimento da indemnização, apresentou a sua demissão”, realçou.

Hugo Costa agradeceu “os sete anos de trabalho do ex-ministro Pedro Nuno Santos, quer como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, quer como ministro das Infraestruturas e da Habitação”, salientando que o governante liderou “temas como a ferrovia e a habitação, onde fez políticas das mais importantes das últimas décadas em ambos os temas”.

Questionado se, com a demissão de Pedro Nuno Santos, o PS considera que o caso de Alexandra Reis está encerrado, o deputado socialista respondeu que o “caso politicamente está completamente encerrado”. “Da parte do grupo parlamentar do PS, o assunto está completamente, do ponto de vista político, esclarecido e resolvido”, reforçou.

Sobre a moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal e o pedido de debate de urgência com o primeiro-ministro solicitado pelo PSD, Hugo Costa afirmou que os encara “com naturalidade” às duas iniciativas, salientando que se tratam de “instrumentos naturais em democracia”.

“Logo no início da legislatura, o Chega apresentou uma moção de censura. Agora, a Iniciativa Liberal, tentando ultrapassar todos pela direita, anuncia também a apresentação de uma moção de censura. Reajo com naturalidade a esses debates, fazendo parte do escrutínio parlamentar, da própria dinâmica parlamentar”, sublinhou.

No entanto, Hugo Costa considerou “completamente descabido” o apelo feito por João Cotrim de Figueiredo para que deputados do PS votem na moção de censura apresentada pela IL, assegurando que a mesma vai ser “rejeitada pela maioria parlamentar do PS: 120 deputados”.

“A IL, ao apresentar esta moção de censura, já sabe qual vai ser o resultado da mesma, e apresenta-a apenas por querer marcar espaço político também na direita parlamentar”, defendeu. Interrogado se, uma vez que houve 10 demissões de membros do Governo em nove meses de exercício de funções, considera que o executivo está desgastado, como acusa a oposição, Hugo Costa salientou que “naturalmente são questões que colocam naturais dificuldades, mas que podem continuar a ser superadas”.

“São assuntos que têm de ser vistos com alguma naturalidade, que têm que ser resolvidos e tem que ser procurada uma solução, naturalmente, para os problemas”, referiu. O deputado do PS salientou que o Governo tem encontrado respostas para a inflação e para os “desafios dos portugueses, e é isso que deve continuar nos próximos quatro anos a fazer”.

Questionado se, com a saída de Pedro Nuno Santos do Governo, teme que haja maior instabilidade dentro do PS, uma vez que o ex-ministro é visto como um dos potenciais sucessores de António Costa, Hugo Costa respondeu que “não”.

“A sucessão não é um debate que esteja em cima da mesa. Faltam quatro anos de Governo, falta ainda muito tempo e muito trabalho político deste Governo e não é algo” que esteja em cima da mesa, garantiu. O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, demitiu-se na quarta-feira à noite para “assumir a responsabilidade política” do caso da indemnização de 500 mil euros da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro.

Esta foi a terceira demissão do Governo em dois dias, depois de Alexandra Reis, da pasta do Tesouro, no centro da polémica com a indemnização, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, que acompanhou a decisão de Pedro Nuno Santos.

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