Rússia fica na UEFA e quer criar um grupo de trabalho para voltar às competições
“O comité executivo da federação tomou a decisão de propor à UEFA a formação de um grupo de trabalho”, revelou o presidente da federação de futebol russa.
A federação de futebol da Rússia (RFS) decidiu esta sexta-feira permanecer na UEFA e desafiar o organismo europeu a criar um “grupo de trabalho” tendo em vista a sua reinserção nas competições oficiais de seleções e clubes. “O comité executivo da federação tomou a decisão de propor à UEFA a formação de um grupo de trabalho”, revelou o presidente do organismo, Alexander Dioukov, em Moscovo.
Dez meses após a invasão militar da Rússia à Ucrânia, que ditou o afastamento do desporto da Rússia à escala mundial, a RFS ameaçou deixar a UEFA, como forma de pressão, e passar a competir na Confederação Asiática de Futebol (AFC), porém não cumpriu com as suas ameaças.
Segundo o dirigente, este grupo de trabalho, que espera possa vir a ser integrado por diversos organismos internacionais, deve focar-se em encontrar soluções “para resolver o mais rápido possível a questão do regresso dos clubes e seleções russas aos torneios internacionais oficiais”.
“Estamos a estudar a possibilidade de voltar às competições da UEFA”, acrescentou, revelando que vai convidar representantes da UEFA, mas também da FIFA e do Comité Olímpico Internacional para discutir o tema, que vai além das competições na Europa. O presidente da federação assegura que é “importante” para o país poder participar na fase de apuramento para o Mundial2026, que vai ser organizado em parceria pelos Estados Unidos, México e Canadá.
Caso as negociações com a UEFA falhem, o dirigente não descarta a possibilidade de ingressar nas competições asiáticas, situação que teria significativas implicações financeiras para os clubes, com acesso a menores receitas. “Podemos virar-nos para a Ásia, mas primeiro precisamos de uma decisão da FIFA sobre a participação no Mundial2026. Chegaremos a um acordo mais rápido através desse grupo de trabalho”, confia.
Dioukov espera um sinal da UEFA de que “as pontes não estão cortadas” e conta com a vontade do organismo em “encontrar soluções para o restabelecimento de relações” que levem à normalização da situação. “Claro que a política tem influência no futebol. Mas veremos quanto”, argumentou Dioukov, disposto a encontrar todas as vias tendo em conta um entendimento benéfico para a Rússia, que organizou o campeonato do mundo em 2018.
A Federação Russa foi excluída em 28 de fevereiro, quatro dias após o início da ofensiva do Kremlin na Ucrânia, de todas as competições organizadas pela UEFA. No início de maio, a UEFA anunciou que “nenhum clube russo” participaria nas suas provas – Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência – da época 2022/2023, atualmente em curso.
Em meados de setembro, a federação russa confirmou que não poderia participar das eliminatórias para o Euro2024, que começarão em março. A seleção russa fez o seu último jogo oficial há um ano, quando perdeu com a Croácia, derrota que a condenou ao play-off do Mundial, que nunca chegou a disputar devido à invasão militar na Ucrânia.
Desde então, a equipa comandada por Valeri Karpin só conseguiu realizar três jogos particulares contra seleções da Ásia Central desde setembro: Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão.
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