PSD vai abster-se na moção de censura ao Governo

  • ECO e Lusa
  • 3 Janeiro 2023

PSD decidiu pela abstenção durante uma reunião com a bancada parlamentar do partido. Montenegro não quer "estar a agravar a situação do país com a abertura de uma crise política".

Os social-democratas vão abster-se na moção de censura ao Governo que foi apresentada pela Iniciativa Liberal (IL) e que será discutida esta quinta-feira. A decisão, avançada pelo Observador, foi anunciada por Luís Montenegro, durante a reunião do grupo parlamentar social-democrata, depois de consultada a direção do partido.

À saída da reunião, Luís Montenegro confirmou a opção, referindo que a decisão de se absterem da moção de censura apresentada pela IL teve “um apoio esmagador” entre os membros do partido.

Em declarações transmitidas pela RTP3, o líder do PSD explicou que a decisão deve-se ao facto de o “Governo estar em funções há nove meses” e dado que os portugueses expressaram a “intenção de ter o PS com maioria absoluta no Parlamento para executar o seu programa”, pelo entenderam que o partido deve “respeitar a vontade do povo“. “Nós, PSD, não somos um partido de protesto, somos um partido de governo“, atirou.

Além disso, o líder dos “laranjas” sinaliza que o partido defende a “estabilidade política”, apesar de sublinhar que não são “indiferentes à desorientação que tem marcado este Governo” e de entender que o Executivo “está a governar mal”.

Contudo, o PSD considera que “nesta altura, estar a agravar a situação do país com a abertura de uma crise política, com a abertura de uma campanha eleitoral de 3 ou 4 meses é um desrespeito por aquela que foi a vontade manifestada pelo povo há pouco tempo”, bem como pela “situação que os portugueses vivem”.

A moção já seria rejeitada, com apenas a IL e o Chega a votar a favor da iniciativa. Bloco de Esquerda, tal como o PSD, também se irá abster. Os restantes partidos – PCP, Livre, PAN e PS (com maior absoluta) – anunciaram o voto contra.

A conferência de líderes agendou para quinta-feira o debate e votação da moção de censura ao Governo, apresentada pela Iniciativa Liberal, e para quarta-feira o debate de urgência pedido pelo PSD sobre a “Situação política e a crise no Governo”.

Estas iniciativas partidárias foram anunciadas na quinta-feira passada, horas depois de ter sido conhecida a demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a décima saída de um membro do executivo socialista de maioria absoluta.

A moção de censura da IL vai ser a segunda que o XXIII Governo constitucional enfrenta desde que iniciou funções, em 30 de março de 2022, depois de ter vencido as eleições legislativas com maioria absoluta, e terá chumbo’ assegurado pela bancada socialista, tal como a primeira apresentada pelo Chega em julho.

A moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega foi chumbada no parlamento em 6 de julho com votos contra de PS, PCP, BE, PAN e Livre e abstenção de PSD e IL, tendo o proponente ficado isolado no voto a favor.

(Notícia atualizada às 20h28 com as declarações de Luís Montenegro à saída da reunião)

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