“Não contem com a ideia de dissolver o Parlamento”, avisa Marcelo

  • ECO
  • 6 Janeiro 2023

“Sou de uma estabilidade em termos institucionais total”, garante Presidente da República, que considera "ultrapassado" o caso da Secretária de Estado da Agricultura.

Marcelo Rebelo de Sousa voltou a afastar a ideia de dissolver o Parlamento. “Não contem com a ideia de dissolver o Parlamento. Contem comigo para ter o mesmo comportamento institucional que tive durante sete anos”, disse o Presidente da República num recado a quem quer a queda do Governo perante os sucessivos casos. Também disse que o caso no Ministério da Agricultura está “ultrapassado”.

“Sou de uma estabilidade em termos institucionais total”, garantiu em declarações transmitidas pela RTP 3.

Marcelo desvalorizou o ultimato que deu a António Costa para estabilizar a governação, como noticiou esta sexta-feira o jornal Expresso, vendo as coisas de outra maneira: “O Presidente da República deu mais tempo ao Governo para poder preencher certos objetivos nacionais que são fundamentais, dizendo quais são estes objetivos”.

“Em vez de ultimato ao Governo, vejam ao contrário: o Presidente da República, perante o que parecia um coro de críticas em relação à governação, apontando quase para a dissolução, disse: que não contem com a dissolução, agora é fundamental que o governo governe e governe bem”, declarou aos jornalistas.

António Costa disse esta quinta-feira que o Governo está “coeso”, apesar das sucessivas polémicas que levaram à demissão de vários membros do seu elenco, incluindo o Pedro Nuno Santos, na sequência do caso da indemnização de meio milhão de euros a uma ex-gestora da TAP, Alexandra Reis, que também pediu a demissão do cargo de secretária de Estado do Tesouro para o qual havia sido recentemente nomeada.

Se o primeiro-ministro entende que há condições para realizar um conjunto de objetivos nacionais, o que o Presidente da República pode desejar é que isso seja verdade”, apontou Marcelo, que insistiu na ideia de estabilidade política em 2023, pois é o único ano em que não haverá eleições.

“O Presidente da República quer o que querem os portugueses: (…) não querem viver crises evitáveis e desnecessárias. Querem que dê certo, não errado”, disse ainda.

Relativamente à posição da ministra da Agricultura, que estava a par do processo do marido da secretária de Estado, segundo o jornal Público, Marcelo deu o assunto como “ultrapassado” com a saída de Carla Alves.

O Presidente da República prometeu ainda responder por escrito ao primeiro-ministro sobre a proposta de mecanismo de verificação de potenciais governantes, em relação à qual disse já ter feito diligências. “Há coisas que não são possíveis” num eventual processo de verificação, disse, antes de detalhar que “não é possível – porque o poder judicial é independente – estar a saber exatamente aquilo que diz respeito à vida judicial, porque o Ministério Público é autónomo. Não é possível saber que investigações estão em segredo de justiça.”

(Notícia atualizada às 20h03 com mais declarações)

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