“Faz-me pena ver a falta de jeito com que a TAP tem sido gerida”, diz presidente do grupo Vila Galé
"Não sei se conseguiremos manter a TAP (...), a TAP tem que rapidamente encontrar um caminho e não vejo luz lá ao fundo", disse ainda Jorge Rebelo de Almeida.
O presidente do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, lamentou esta quarta-feira que não se veja “luz” para a TAP, admitindo sentir pena quando vê “a falta de jeito” com que a companhia tem sido gerida. Quando questionado pelos jornalistas, num encontro em Lisboa para balanço de 2022, sobre a sua visão dos acontecimentos que têm envolvido a TAP, o responsável começou por dizer que este é um assunto do qual até lhe “custa falar”.
“Faz-me pena ver a falta de jeito com que a TAP tem sido gerida. Não quero ser injusto, não sei quem é o culpado (se a gestão, se o ex ministro), mas que a TAP não tem sido bem gerida não tem”, disse Jorge Rebelo de Almeida, em Lisboa, abordando também o caso da substituição da frota automóvel. “Tem que se dar o exemplo”, lembrou, mostrando-se contra a decisão da Comissão Executiva, entretanto anulada.
O responsável mostrou ainda ter dúvidas que a companhia aérea devesse ficar em mãos do Estado, pois se “a TAP pública não está bem” e se “privada não foi brilhante”, facto é que a União Europeia não vai permitir continuar a injetar dinheiro, recordou. “Não sei se conseguiremos manter a TAP (…), a TAP tem que rapidamente encontrar um caminho e não vejo luz lá ao fundo”, acrescentou.
Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, disse no parlamento que a TAP contratou uma consultora que já fez uma análise ao mercado de potenciais interessados no capital do Estado na companhia. “A TAP contratou uma consultora que já fez uma consulta ao mercado de potenciais interessados”, afirmou António Costa no debate sobre política geral, em resposta ao deputado da IL Carlos Guimarães Pinto.
O parlamentar da IL tinha questionado “que passos é que foram dados e quem é que deu esses passos para o processo [de alienação da TAP] estar em curso”. O primeiro-ministro admitiu, esta tarde, que a alienação do capital da TAP pode ser parcial ou total, mostrando-se seguro de que a bandeira portuguesa continuará a decorar os aviões da companhia aérea.
“A grande prioridade que temos é que seja mantida a estabilidade necessária para que possa decorrer em bom termo o processo de alienação parcial ou total da participação do Estado na empresa”, afirmou António Costa, numa resposta ao deputado do Chega Filipe Melo.
António Costa reiterou que o executivo aguarda a apresentação de resultados da empresa no ano passado, mas mostrou-se confiante. “Os resultados que temos conhecimento não apontam no sentido dessa catástrofe que indica. Pelo contrário, a indicação que temos neste momento é que em 2022, porventura, a TAP atingiu resultados que de acordo com o plano de reestruturação só estavam previstos para daqui a uns anos. Vamos aguardar pelos resultados finais”, disse.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
“Faz-me pena ver a falta de jeito com que a TAP tem sido gerida”, diz presidente do grupo Vila Galé
{{ noCommentsLabel }}