Europa teve “sorte” com clima ameno deste inverno, mas crise energética ainda não acabou, diz CEO da Iberdrola

CEO da Iberdrola aponta ser "preocupante e irónico" que temperaturas mais elevadas deste inverno, provocadas pelas alterações climáticas, tenham reduzido as necessidades energéticas.

O presidente executivo da energética espanhola Iberdrola disse esta segunda-feira que a Europa teve “sorte”, dado que o clima ameno reduziu a procura por energia, embora este não seja o fim da crise de energia vivida na Europa, avança a Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Para Ignacio Galan, é simultaneamente “preocupante e irónico” que as temperaturas mais elevadas registadas neste inverno, “desencadeadas pelas alterações climáticas”, tenham salvo partes do hemisfério norte de ameaças “muito mais severas à segurança e acessibilidade energética”.

No entanto, enquanto os mercados energéticos continuarem excessivamente dependentes dos combustíveis fósseis, além de expostos a “eventos geopolíticos”, também “permanecerão frágeis”, disse o responsável no arranque do Fórum Económico Mundial, em Davos.

Contrariamente às previsões inicialmente avançadas, o clima ameno acabou com os cenários que previam uma escassez energética na Europa, dando ânimo ao euro e aos mercados. Como tal, o preço do gás sofreu uma revisão em baixa, à medida que os stocks de gás natural permanecem elevados. Esta recuperação levou mesmo o Goldman Sachs a abandonar as previsões de uma recessão na Zona Euro em 2023.

Estima-se agora que será possível o reabastecimento dos stocks para o próximo inverno sem o gás russo, embora ainda seja esperada uma escassez de gás até 2026. Neste sentido, Ignacio Galan sublinha a necessidade da construção de mais fontes de energia renovável, como forma de blindar a região europeia contra choques futuros. A Iberdrola já está, inclusivamente, a investir 17 mil milhões de euros em energias renováveis até 2025.

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