Após tentativa falhada, americanos continuam a tentar vender Imopólis por 250 milhões
Värde Partners tentou em 2022 vender a Imopólis, mas recebeu poucas propostas e bastante abaixo do valor pedido. Continua a sondar o mercado na tentativa de encontrar interessados.
Os norte-americanos da Värde Partners querem vender a sociedade gestora portuguesa Imopólis, quatro anos depois de a terem comprado aos britânicos da JP Morgan, apurou o ECO junto de fontes do mercado imobiliário. No ano passado houve uma primeira tentativa, mas o processo falhou depois de terem sido recebidas apenas quatro propostas e bastante abaixo dos cerca de 250 milhões de euros que a Värde quer. A empresa continua a sondar o mercado na tentativa de encontrar um possível comprador, visto que tem como objetivo desinvestir no mercado imobiliário da Europa.
Em causa está a venda da Hexapólis, uma sociedade que detém a Imopólis (onde está o fundo imobiliário Imodesenvolvimento) e o complexo de escritórios Burgo, no Porto. Estes ativos foram comprados pela norte-americana Värde Partners, dona do banco digital Wizink, em 2018 aos britânicos da JP Morgan por cerca de 187 milhões de euros, tal como foi noticiado na altura.
No primeiro semestre de 2022, foi lançado no mercado o processo de venda da Hexapólis, que acabou sem sucesso. A Värde queria encaixar cerca de 250 milhões de euros com esta venda, mas foram apenas recebidas quatro propostas, a maioria de fundos internacionais, ligeiramente acima dos 150 milhões de euros, mas bastante abaixo do valor pedido pelos norte-americanos, sabe o ECO.
O processo falhou, mas o ECO sabe que a Värde continua a sondar o mercado à procura de potenciais interessados. Contudo, as consultoras envolvidas na operação estão a tentar que a empresa baixe a fasquia dos 250 milhões de euros para tentar facilitar um possível negócio.
O que está à venda? A Hexapólis detém a sociedade gestora Imopólis que, por sua vez, detém o fundo imobiliário Imodesenvolvimento. Neste fundo, segundo a informação disponível na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), estão ativos avaliados em cerca de 165,9 milhões de euros.
São quatro edifícios de escritórios e um terreno: Edifício Adamastor, no Parque das Nações (sede do Banco CTT até 2018), avaliado em cerca de 52,5 milhões de euros; o Parque Suécia, em Carnaxide, avaliado em cerca de 58,5 milhões de euros; o Parque Holanda, em Carnaxide, avaliado em cerca de 49,4 milhões de euros; o edifício Terraços de Bragança, em Lisboa, avaliado em cerca de dois milhões de euros; as Galerias Alto da Barra, em Oeiras, avaliadas em cerca de 3,32 milhões de euros; e um terreno em Linda-a-Velha, avaliado em cerca de 3,7 milhões de euros.
Além disso, a Hexapólis tem ainda o complexo de escritórios Burgo, na Avenida da Boavista, no Porto. Este edifício de escritórios foi construído em 2007 e conta com 18 pisos acima do solo, em dois blocos distintos. Fechou o ano de 2019 quase totalmente ocupado, contando como inquilinos com a Lufthansa, Gestifute, Tabaqueira, L’Oreal, KPMG, Iberdrola e Accenture, de acordo com a JLL, responsável pela comercialização do imóvel.
A Hexapólis foi criada em abril de 2006, detida a 100% pelo fundo JPM Fund, gerido pelos britânicos da JP Morgan, conforme se lê no Relatório e Contas de 2010 do fundo Imodesenvolvimento. Em maio desse ano, a Hexapólis adquiriu esse fundo por cerca de 256 milhões de euros. De acordo com a informação consultada no Portal da Justiça, o presidente da Hexapólis é Ricardo Valente, também presidente do Conselho de Administração da Imopólis.
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