Marcelo diz que “é óbvio” que 36 perguntas também se aplicam aos atuais membros do Governo
"É uma pura teoria aquela de que isto não se aplica aos que já estavam em funções. É óbvio que se aplica", defendeu o Presidente da República esta terça-feira.
O Presidente da República diz que o questionário de 36 perguntas para novos membros do Governo também se aplica aos atuais governantes e que estes devem fazer esse “apuramento” através de uma espécie de “exame de consciência”. Marcelo diz ainda que cabe ao primeiro-ministro avaliar as respostas recebidas mas que, em caso de dúvidas, pedirá esclarecimentos a António Costa.
“É uma pura teoria aquela de que isto não se aplica aos que já estavam em funções. É óbvio que se aplica”, disse o Chefe de Estado esta terça-feira, em declarações transmitidas pela RTP3. “Têm de ser os próprios políticos a fazer esse apuramento — ou por sua iniciativa, como um exame de consciência — e quem os escolhe deve aumentar o grau de exigência”, acrescentou.
Contudo, “o juízo de quem escolhe ou mantém no Governo é do primeiro-ministro”, disse Marcelo Rebelo de Sousa. António Costa terá um “trabalho imenso” de formular as perguntas e depois “formular juízos das respostas às perguntas”. “Não há questionário que possa substituir esse tipo de juízo”, notou.
Como explicou o Presidente da República, António Costa colocará as questões e irá “refletir sobre as respostas” e fazer um “um juízo político”. “Depois de tudo somado, chega com um nome ao Presidente. (…) Se eu tiver dúvidas, é natural que eu pergunte“, disse, sublinhando, contudo, que não se trata de um “controlo policial”, mas sim a pensar “no interesse das pessoas, de quem as escolhe e do interesse da democracia portuguesa”.
Marcelo disse que estas 36 questões “são uma antecipação daquelas que a comunicação social mais dia, menos dia vai fazer” e que o facto de serem por escrito tem um “aspeto adicional de haver um compromisso”. “Há aqui um escrutínio mais intenso”, disse, recusando a ideia de populismo. “Se se chama populismo à exigência da opinião pública, não é”, afirmou.
E esse “escrutínio” não poderia ser feito pelo Ministério Público nem pelos tribunais. “Não é possível saber o que se passou na vida dos governantes perguntando ao Ministério Público e tentando associar aos tribunais”, disse o Presidente.
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