Microsoft planeia despedir 10 mil trabalhadores. CEO “confiante” que empresa “sairá mais competitiva”
Vaga de cortes de postos de trabalho continua no setor tecnológico, agora com a Microsoft, que deverá despedir trabalhadores sobretudo da área dos recursos humanos e da equipa de engenharia.
A Microsoft anunciou esta quarta-feira que planeia despedir 10 mil trabalhadores, o que representa cerca de 5% da sua força laboral, até 31 de março. Em comunicado, enviado aos funcionários e entretanto publicado no website da empresa, o CEO Satya Nadella afirma estar “confiante” de que “a Microsoft sairá desta situação mais forte e mais competitiva”, ressalvando, no entanto, que continuará a contratar trabalhadores para “áreas estratégicas chave”.
Segundo a Reuters (acesso pago), o corte de postos de trabalho deverá acontecer nos departamentos de recursos humanos e engenharia. Mas, para lá dos despedimentos, a Microsoft vai assumir um encargo de 1,2 mil milhões de dólares no segundo trimestre, o que irá reduzir 12 cêntimos dos lucros por ação da empresa.
Desde o segundo semestre do ano passado que o setor tecnológico tem sido marcado por uma onda de despedimentos, como já aconteceu, por exemplo, na Amazon e na Meta. No caso da Microsoft, Satya Nadella já havia advertido, ainda antes do anúncio dos despedimentos, que a indústria está a atravessar um período de abrandamento ao qual terá de se ajustar.
“Durante a pandemia houve uma rápida aceleração. Penso que hoje vamos atravessar uma fase em que existe alguma normalização na procura”, disse Nadella, numa entrevista no Fórum Económico Mundial, que está a decorrer esta semana em Davos, na Suíça. “Vamos ter de fazer mais com menos, vamos ter de mostrar os nossos próprios ganhos de produtividade com a nossa própria tecnologia“, acrescentou.
Ainda em 2022, a Microsoft terá avançado com alguns despedimentos em julho e em outubro, mas em números menos significativos do que os anunciados esta quarta-feira, afetando menos de 1% dos mais de 200 mil funcionários da multinacional norte-americana a nível mundial.
O ECO contactou a Microsoft para saber se a vaga de despedimentos terá impacto na unidade da empresa em Portugal, que emprega mais de 1.400 trabalhadores, mas até ao momento não teve resposta.
A empresa liderada por Satya Nadella tem agendada para a próxima terça-feira, dia 24 de janeiro, a divulgação dos resultados financeiros relativos a 2022, prevendo-se que as receitas registem o menor aumento em seis anos. Entretanto, após o anúncio dos despedimentos, as ações em bolsa da Microsoft estão a negociar em terreno negativo, depois de terem aberto em alta de 0,19%.
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