Montenegro insiste que autoridade de Medina está irremediavelmente diminuída
Líder do PSD sublinhou que a questão política fundamental tem que ver “com o processo de nomeação de uma secretária de Estado em condições que não são normais”.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, reiterou esta sexta-feira que a autoridade política do ministro das Finanças, Fernando Medina, ficou irremediavelmente diminuída com “a ligeireza” demonstrada na escolha de Alexandra Reis para secretária de Estado.
“Tive a ocasião de dizer [no dia 02 de janeiro] que, a forma como tudo isto ocorreu, e que ele [Fernando Medina] assumiu não ter conhecimento, não era de modo a criar-lhe condições de lhe reforçar a autoridade. Pelo contrário, tinha diminuído de forma irremediável a sua autoridade política”, apontou, numa referência ao caso da indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para sair da TAP e que forçou a sua demissão do cargo de secretária de Estado do Tesouro.
Luís Montenegro, que esteve na Lousã, distrito de Coimbra, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, considerou que escolher um membro do governo “sem apurar” ou “cuidar de saber coisas que são quase visíveis a olho nu” demonstram “uma ligeireza” que “não confere a autoridade que o ministro das Finanças deve ter”.
“E foi isso que ontem [quinta-feira] se reiterou, independentemente de agora haver outras matérias que carecem de esclarecimento”, acrescentou, numa alusão a contratos celebrados pela câmara de Lisboa quando Medina presidia à autarquia.
Montenegro sublinhou que a questão política fundamental tem que ver “com o processo de nomeação de uma secretária de Estado em condições que não são normais” e que deviam ter sido acauteladas pelo próprio governo. “Se eu fosse primeiro-ministro, a última coisa que queria era que os membros do governo entrassem e saíssem com velocidade, como tem acontecido a este primeiro-ministro. Para o próprio interesse do governo e mesmo para o interesse do país”, sustentou.
Para o líder do PSD, as entradas e saídas de membros do governo não conferem ao governo “a estabilidade que lhe permite ter condições de governação mais eficientes”. “Infelizmente, isso depois acaba por se repercutir em omissões e em falhas”, concluiu.
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