PSD insatisfeito com resposta de Costa: “Mais uma vez furtou-se a esclarecer o Parlamento e os portugueses”
Líder do grupo parlamentar do PSD considera que primeiro-ministro apresentou uma “composição com elementos que não são novos e não esclarecem” interferência nos casos de Isabel dos Santos e Banif.
O PSD não está satisfeito com a resposta que o primeiro-ministro deu às 12 perguntas sobre a alegada interferência política nos casos de Isabel dos Santos e EuroBic e no processo do Banif. “Mais uma vez furtou-se a esclarecer o Parlamento e os portugueses”, disse o líder do grupo parlamentar dos sociais-democratas. Joaquim Miranda Sarmento admite repetir as perguntas e enviar novas a António Costa, e dar-lhe “uma segunda oportunidade” para esclarecer, antes de ponderar avançar com um pedido de comissão de inquérito.
“O primeiro-ministro apresentou uma composição com elementos que não são novos, que não esclarecem o que o PSD perguntou”, afirmou o deputado do PSD em declarações a partir da Assembleia da República, transmitidas pela RTP3.
“Há várias perguntas que não foram respondidas, há vários temas que precisam de ser esclarecidos e o primeiro-ministro mais uma vez furtou-se a esclarecer o Parlamento e os portugueses. “O primeiro-ministro demorou quase 60 dias a responder, (…) perguntas que o próprio primeiro-ministro disse que eram perguntas fáceis de responder, cujas respostas seriam esclarecedoras. Nada disso aconteceu”, afirmou aos jornalistas.
Para Miranda Sarmento, ficou por esclarecer “a interferência na questão da idoneidade de Isabel dos Santos” e como é que teve conhecimento da reunião da empresária angolana com o governador do Banco de Portugal, pois o primeiro-ministro ligou a Carlos Costa na tarde do dia em que essa reunião teve lugar. O ex-governador acusou António Costa de o ter pressionado a não “tratar mal a filha de um Presidente de um país amigo”. O primeiro-ministro nega ter feito diligências para favorecer Isabel dos Santos.
“Também não responde o porquê do envio de uma carta à Comissão Europeia relativamente ao Banif e a uma eventual situação difícil no Banif que, aliada à notícia na véspera do envio dessa carta, fez com que o banco fosse sujeito a uma corrida aos depósitos e o BCE retirasse o estatuto de contraparte, colocando o banco numa situação extremamente difícil e precipitando a resolução e consequente venda ao Santander com grave prejuízo para os contribuintes“, adiantou ainda.
O líder parlamentar do PSD disse que o partido “irá analisar com detalhe a resposta nos próximos dias” e que não se furtará a usar “qualquer instrumento parlamentar” para esclarecer tudo. “Não excluímos nenhum mecanismo parlamentar, não excluímos a comissão de inquérito. O mais provável, nesta fase, é que haja espaço para que o primeiro-ministro tenha uma segunda oportunidade para esclarecer os portugueses, dado que nesta primeira pouco ou nada esclareceu“, afirmou.
“Marca de incompetência” do governo de Passos Coelho
Do lado do PS, o líder do grupo parlamentar deixou uma bicada: “Muito me surpreende que o PSD tenha feito perguntas sobre período histórico que é verdadeiramente a marca de água da incompetência e da ausência de soluções para o sistema financeiro português, quando o país era liderado por Passos Coelho”.
Eurico Brilhante Dias reiterou as respostas do primeiro-ministro em relação a Isabel dos Santos. “O BPI tinha questão da estrutura acionista que foi resolvida e é absolutamente falso que em alguma circunstância o primeiro-ministro tenha admitido ou considerado no tempo qualquer interferência no caso da idoneidade de Isabel dos Santos”.
Já sobre o caso Banif, o banco “foi deixado no limite da resolução quando a 1 de janeiro de 2016 os depositantes corriam risco de ver os seus depósitos resgatados”.
(Notícia atualizada às 17h41)
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