PS contra-ataca e quer conhecer fundamentos que levaram BdP e Carlos Costa a intervirem no EuroBic
Grupo parlamentar socialista vai requerer ao Banco de Portugal toda a documentação que fundamentou a intervenção no caso de Isabel dos Santos no EuroBic em abril de 2016.
O grupo parlamentar do PS vai requerer ao Banco de Portugal toda a documentação que fundamentou a intervenção no banco EuroBic, em abril de 2016. O pedido surge numa altura em que o primeiro-ministro está sob holofotes depois de ter sido acusado de “pressão política” da parte do ex-governador Carlos Costa para favorecer Isabel dos Santos, algo que o António Costa já negou na resposta que enviou esta semana ao PSD.
“Não sabemos hoje o que fundamentou essa intervenção [no EuroBic], não conhecemos hoje os fundamentos do Banco de Portugal num caso que punha em causa a estabilidade do sistema financeiro português”, adiantou o líder do grupo parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, em declarações a partir do Parlamento e transmitidas pela RTP3.
“Por isso, o grupo parlamentar do PS, como primeira iniciativa, vai requerer ao Banco de Portugal toda a documentação e informação quer ao Departamento de Supervisão, quer a outros departamentos do Banco de Portugal entende por pertinente, sobre o processo de intervenção do Banco de Portugal no processo EuroBic, em particular na semana entre 10 e 17 de abril de 2016”, explicou.
O caso de Isabel dos Santos no EuroBic está relacionado com outro processo noutro banco onde a empresária angolana era acionista, o BPI, que se encontrava numa situação de impasse acionista que era preciso superar para resolver a exposição a grandes riscos, correndo o risco de ser sancionado pelas autoridades europeias se não o fizesse.
Na resposta que enviou ao PSD sobre este caso, António Costa revela que “Isabel dos Santos estava a pôr em causa o acordo a que os acionistas do BPI tinham chegado a 10 de abril e soube que tal era resultado de uma intervenção do governador do Banco de Portugal relativa ao Eurobic, que o Governo português desconhecia e relativamente à qual não tinha tido qualquer responsabilidade ou envolvimento”.
“Queremos conhecer em detalhe o que levou o Banco de Portugal e o governador a intervir neste processo [do EuroBic] e quais foram os fundamentos”, detalhou Eurico Brilhante Dias.
Segundo revelou o antigo governador do Banco de Portugal no seu livro de memórias, depois de uma reunião com Isabel dos Santos a 12 de abril, recebeu uma chamada do primeiro-ministro que lhe comunicou que “não poderia tratar mal da filha de um Presidente de um país amigo”. António Costa confirmou o contacto “leal, direto e informal”, mas negou diligências para favorecer Isabel dos Santos.
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